Arte que usa a palavra como forma de expressão!
Gil Vicente teria nascido em Guimarães, em 1465 ou 1466, e morrido em Lisboa, entre 1536 e 1540. Estudou e trabalhou na corte de D. Manuel e foi nomeado ourives da rainha D. Leonor, viúva de D. João II. Não se sabe se cursou universidade. Foi, contudo, expoente em Teologia e Filosofia, demonstrando grande domínio das línguas portuguesa, castelhana e latina, e fundador do teatro português, além de autor, ator, músico e regente. Ainda hoje algumas de suas obras são encenadas nos maiores teatros nacionais em virtude da atualidade de seus temas.
Embora tenha escrito poesias de grande valor, a obra vicentina notabilizou-se pelos autos e farsas, figurando entre as principais o Monólogo do vaqueiro ou Auto da visitação, Auto da Índia, Farsa do velho da horta, Quem tem farelos?, Auto da barca do inferno, Auto da barca do purgatório, Auto da barca da glória, Auto da alma, Farsa de Inês Pereira, Auto da feira, [ Auto da Lusitânia ] e Floresta de enganos.
Gil Vicente retratou como ninguém a sociedade da época, e sua verve satírica atingia frades, bispos, fidalgos, plebeus, ciganos, judeus, agiotas, mercenários, etc. A par disso, suas peças são cheias de poesia, graça e sabedoria ao gosto do povo.