O Romantismo definiu-se como escola literária na Europa a partir dos últimos 25 anos do século XVIII. O romance Werther, de Goethe, publicado na Alemanha em 1774, lança as bases definitivas do sentimentalismo romântico e do escapismo pelo suicídio. Na Inglaterra, o Romantismo se manifesta nos primeiros anos do século XIX, com destaque para a poesia ultra-ramântica de Lord Byron e para o romance histórico Ivanhoé, de Walter Scott. Mas, se coube à Alemanha e à Inglaterra o papel pioneiro com relação à nova tendência, à França coube o de divulgar o Romantismo.
O Romantismo, que surge no começo do século XIX, tem caráter nacionalista, valoriza a natureza, a história e a língua brasileira. Nesse período destaca-se o poeta Castro Alves. O ideal da pureza amorosa é contraposta às convenções sociais. Desenvolvem-se a poesia social e o regionalismo, que enfoca costumes e tradições do interior brasileiro.
Duas publicações são consideradas o marco inicial do Romantismo no Brasil, ambas lançadas em Paris, por Gonçalves de Magalhães, no ano de 1836: a Niterói - Revista Brasiliense e o livro de poesias Suspiros poéticos e saudades.
No Brasil, o momento histórico em que ocorre o Romantismo deve ser visto a partir da chegada da família real, em 1808, que leva o Rio de Janeiro a viver um intenso processo de urbanização, tornando-se um campo propício à divulgação das novas tendências europeias. Os ideais liberais da Revolução Francesa e da Independência dos EUA ecoavam na Colônia, que caminhava rumo à independência política.
Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de auto-afirmação.
O romantismo surge em 1830, influenciado pela independência, em 1822. Desenvolve uma linguagem própria e aborda temas ligados à natureza e às questões político-sociais. Defende a liberdade de criação e privilegia a emoção. As obras valorizam o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade, a natureza, os temas nacionais, as questões político-sociais e o passado.
Primeira geração Nacionalista ou Indianista |
Marcada por: exaltação da natureza, volta ao passado histórico, medievalismo e criação do herói nacional na figura do índio, donde a denominação indianista. O sentimentalismo e a religiosidade também são características marcantes. Entre os principais poetas podemos destacar Gonçalves Dias, Gonçalves de Magalhães e Araújo Porto Alegre. |
Segunda Geração Mal-do-século ou Ultra-romântica |
Fortemente influenciada pela poesia de Lord Byron e Musset, é chamada, inclusive, de gração byroniana. Impregnada de egocentrismo, negativismo boêmio, pessimismo, dúvida, desilusão adolescente e tédio constante, seu tema preferida é a fuga da realidade. Os principais poetas dessa geração foram Álvares de Azevedo, Casimiro de Abreu, Junqueira Freire e Fagundes Varela. |
Terceira Geração Condoreira |
Caracterizada pela poesia social e libertária, reflete as lutas internas da segunda metade do reinado de D. Pedro II. Essa geração sofreu intensamente a influência de Vitor Hugo e de sua poesia político-social; daí ser conhecida como geração hugoana. O termo condoreirismo vem por empréstimo do símbolo de liberdade adotado por jovens românticos da América Latina: o condor, águia que habita o alto da cordilheira dos Andes. Seu principal poeta foi Castro Alves, seguido de Sousândrade. |
a) Desenvolvimento do romance e do teatro nacional;
b) Nacionalismo, exaltação da natureza, indianismo;
c) Medievalismo, volta ao passado histórico;
d) Subjetivismo, egocentrismo;
e) Fuga da realidade, idealização da sociedade, do amor e da mulher;
f) Solidão, mistério, pessimismo, morte: "mal do século";
g) Poesia social libertária: Condorismo.
POESIA
Gonçalves de Magalhães: Suspiros poéticos e saudades
Gonçalves Dias: Primeiros cantos; Os Timbiras
Álvares de Azevedo: Lira dos vinte anos; Noite na taverna
Castro Alves: Espumas flutuantes; Os escravos
ROMANCE
Joaquim Manuel de Macedo: A moreninha; O moço loiro
José de Alencar: O guarani; Iracema; Senhora
Manuel Antônio de Almeida: Memórias de um sargento de milícias