O Romantismo é um movimento amplo de vida e arte que teve início no final do século XVIII e se estendeu até a primeira metade do século XIX. Estava associado às mudanças sociais e políticas provocadas pela Revolução Industrial e pela Revolução Francesa. Com seu tríplice ideal de liberdade, igualdade e fraternidade, a revolução quebrava o império do absolutismo iluminista e difundia pela Europa todo um clima favorável à ascensão da burguesia ao poder.
No final do século XVIII. já surgiam na Europa os primeiros sintomas do Romantismo: primazia da emoção sobre a razão, retorno à natureza e ao sentimento religioso, revalorização da Idade Média e tendência ao exótico e ao sobrenatural. Deu-se entre 1797 e 1810, primeiramente na Alemanha, com a poesia de Goethe e Schiller; em seguida na Inglaterra, com o romance de Walter Scott e a poesia de Byron. Mas é a partir da França que o estilo difunde-se por toda a Europa, com Madame de Staël, Chateaubriand, Lamartine, Victor Hugo...
O Romantismo foi um movimento artístico-cultural de grande envergadura e profundidade.
Tendência que se manifesta nas artes e na literatura do final do século XVIII até o fim do século XIX. Nasce na Alemanha, na Inglaterra e na Itália, mas é na França que ganha força e de lá se espalha pela Europa e pelas Américas. Opõe-se ao racionalismo e ao rigor do neoclassicismo. Caracteriza-se por defender a liberdade de criação e privilegiar a emoção. As obras valorizam o individualismo, o sofrimento amoroso, a religiosidade cristã, a natureza, os temas nacionais e o passado. A tendência é influenciada pela tese do filósofo Jean-Jacques Rousseau (1712-1778) de que o homem nasce bom, mas a sociedade o corrompe. Também está impregnada de ideais de liberdade da Revolução Francesa (1789).
Classificamos os autores românticos de Portugal em duas gerações:
1ª geração: Almeida Garrett, Alexandre Herculano e Castilho, bastante presos ao Arcadismo;
2ª geração: Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis, João de Deus e Soares dos Passos, já encaminhando o movimento para o Ulta-romantismo.
Volta ao passado - para fugir dos conflitos presentes, os românticos se voltavam para o passado, especialmente a Idade Média.
Subjetividade - o homem abandonou a visão universalista do homem clássico e passou a ter uma visão individualista. A realidade era revelada pelo impulso pessoal e não pela imposição de uma escola.
Sentimentalismo - A emoção passou a predominar sobre a razão, inversamente ao que se pretendia no Classicismo. Daí o exagero tanto em prosa como em verso.
Culto à natureza - o mar, a floresta, os rios, a noite, as ruínas, os penhascos, o mistério, tudo passou a ser tema poético para o romântico.
Liberdade criadora - o romântico arrogava a si o direito de julgar o belo e o verdadeiro. era a independência no modo de se expressar, livre de regras estanques. A única regra era: a inspiração.
Idealização do mundo - os românticos buscavam um mundo perfeito e ideal que compensasse este mundo de sofrimento. Era a evasão e o sonho.
Idealização da mulher - o romântico convertia a mulher em anjo, em figura poderosa e inatingível.
Fé e cristianismo - enquanto o Classicismo cultuava a mitologia pagã, o Romantismo acreditava em Deus e nas suas ações grandiosas.
Ânsia de reforma - os românticos queriam reformar o mundo, as instituições e a arte. Daí o culto aos grandes personagens da história.
Linguagem popular - da linguagem erudita e clássica passou-se à linguagem popular e à poesia sem metrificação rígida.