Gênero literário marcado por certa efemeridade, na medida em que registra a vida diária, os acontecimentos que são marcantes no dia-a-dia. Apresenta um caráter jornalístico, desenvolvendo-se já no século XIX, com José de Alencar e Machado de Assis, sob o nome de folhetim (o mesmo do romance romântico em capítulos).
Nas décadas de 1950 e 1960, a crônica atingiu sua culminância. Estes pequenos comentários a respeito das coisas banais ora assumem uma tendência mais terna e lírica, aproximando-se da poesia; ora centralizam-se na crítica humorística dos acontecimentos e dos costumes.
É uma forma de composição escrita bastante frequente em jornais e revistas é a crônica. Nela, o autor expressa sua opinião a partir de uma observação detalhada das coisas, das pessoas e da vida. Diante de um fato, o cronista faz inferências não apenas com a razão, mas também com a sensibilidade.
Nesse sentido, a crônica distingue-se do editorial de um jornal por dois motivos:
O editorial representa a opinião de um jornal ou de uma revista; a crônica, ao contrário, o ponto de vista de uma pessoa sobre a realidade cotidiana.
No editorial, predomina uma linguagem objetiva e jornalística; na crônica, uma linguagem subjetiva e literária.
A crônica é um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas. O cronista se inspira nos acontecimentos diários, incluído ficção, fantasia e crítica, elementos que o texto informativo não apresenta. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritos está "dialogando" com o leitor.
Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique como cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.
Portanto, são características da crônica:
Texto curto e inteligível (de imediata percepção);
Apresenta marcas de subjetividade - discurso na 1ª e 3ª pessoa;
Pode comportar diversos modos de expressão, isoladamente ou em simultâneo:
- narração;
- descrição;
- contemplação / efusão lírica;
- comentários;
- reflexão.
Linguagem com duplos sentidos / jogos de palavras / conotações;
Utiliza a ironia;
Registro de língua corrente ou cuidado;
Discurso que vai do oralizante ao literário;
Predominância da função emotiva da linguagem sobre a informativa;
Vocabulário variado e expressivo de acordo com a intenção do autor;
Pontuação expressiva;
Emprego de recursos estilísticos.