O Simbolismo teve uma vida efêmera. A sociedade, em geral, estava seduzida pela euforia técnico-científica. A burguesia vivia a belle époque, mergulhada em prazeres materiais. A Primeira Grande Guerra (1914-1918) convulsionaria o mundo e a arte. Assim, aparentemente foi de curta duração, mas está na base dos movimentos de vanguarda modernos: Futurismo, Cubismo, Expressionismo, etc.
Em Portugal, Antero de Quental e Eça de Queirós, em certos aspectos, foram os precursores do Simbolismo. Mas o introdutor do movimento simbolista, como escola, foi o poeta Eugênio de Castro, sua obra "Oaristos" seguia os novos ideais estéticos, importados da França.
Estudantes coimbrenses, amigos de Eugênio de Castro, já haviam feito de Coimbra um novo palco de renovação literária, como acontecera no início do Romantismo. As revistas porta-vozes da nova geração foram: Boêmia Nova e Os Insubmíssos. Embora o movimento tenha tido repercussão na prosa (prosa e teatro poéticos), o Simbolismo português vingou mais na poesia.
- Elemento intelectual: conteúdo relacionado com o espiritual, o místico e o subconsciente;
- concepção mística da vida;
- interesse maior pelo particular e individual do que pelo geral ou universal;
- tom altamente poético;
- tentativa de afastamento da realidade e da sociedade contemporânea;
- conhecimento intuitivo e não lógico;
- ênfase na imaginação e na fantasia;
- desprezo à Natureza em troca do místico e do sobrenatural;
- arte pela arte;
- pouco interesse pelo enredo e ação na narrativa;
- personagens são, de preferência, seres humanos em momentos incomuns; interesse no espírito íntimo das pessoas;
- busca da seleção dos elementos que contribuem para a fantasia ou os que apresentam a essência em vez da realidade;
- linguagem ornada, colorida, exótica, poética, em que as palavras são escolhidas pela sonoridade, ritmo, colorido,
fazendo-se arranjos artificiais de partes ou detalhes para crias impressões sensíveis, sugerindo antes que descrevendo e
explicando.
Na poesia: Eugênio da Castro, Antônio Nobre, Alberto de Oliveira, Camilo Peçanha, Antônio de Oliveira Soares, D. João de Castro.
Na prosa (teatro poético): D. João de Câmara, Júlio Brandão, Raul Brandão, Antônio Patrício, Teixeira de Pascoais.