A leitura não é apenas a decodificação de letras, mas a percepção de mundo.
Quando se fala em leitura o mais comum é pensar na leitura de livros. Sem dúvida, o ato de ler é usualmente relacionado com a escrita, e o leitor é visto como um decodificador de letras. Mas bastará apenas decifrar palavras para acontecer a leitura? Não, isso só não basta para se dizer leitura.
A leitura do mundo precede sempre a leitura das palavras e a leitura destas está intimamente ligada à continuidade da leitura do mundo: as outras leituras.
O sentido de um texto está relacionado a diversos aspectos. E a interação entre as diversas leituras faz com que o ato de ler se efetue a partir de níveis que vão possibilitar uma perfeita interação entre os elementos componentes do texto.
Leitura é, pois, uma atividade produtora de sentido; é sempre a busca da descoberta do sentido do texto, daquilo que o autor quis dizer, estabelecendo uma comunicação do leitor com o produtor do texto e, ao mesmo tempo, com as realidades das quais o autor faz referência.
Existem muitos tipos diferentes de texto e finalidades muito diferentes na leitura. A habilidade de fazer as perguntas relevantes e de saber onde encontrar as respostas no texto depende do conhecimento e da finalidade específica da leitura. Nada disso pode ser ensinado, mas desenvolvido com a prática de leitura.
Para aprender a ler, deve-se ampliar os objetivos e interesses. Se a linguagem escrita tem significado, é usada na linguagem falada. Assim, todas as linguagens (sejam placas, desenhos, conversas, rótulos, fábulas...) servirão como suporte no aprendizado da leitura.