Pintura a óleo alegórica à Arcádia - região da Grécia.
A palavra "arcadismo" provém de Arcádia, que designava a região montanhosa da Grécia, cujos montes e vales bucólicos eram considerados ideais pelos poetas árcades para receberem a inspiração das musas. O Arcadismo também é chamado de Neoclassicismo, pois construía um retorno aos valores clássicos do Renascimento e da Antiguidade.
O movimento surgiu no século XVIII em oposição aos exageros e sutilezas que caracterizavam o Barroco. Ao mesmo tempo que refletiam as mudanças sociais e científicas da época, os artistas árcades buscavam recuperar a simplicidade e o equilíbrio da civilização greco-romana.
O Arcadismo português tem início em 1756, com a fundação da Arcádia Lusitana, e se estende até 1825, ano da publicação do poema "Camões", de Almeida Garrett, que inaugura o Romantismo em Portugal.
Os primeiros sinais do novo movimento apareceram no reinado de D. João V (1707-1750), que introduziu os ideais iluministas no ensino superior. Após 1750, quem governava Portugal era D. José I, com o ministro Marquês de Pombal. Este, em 1757, expulsou os jesuítas dos domínios portugueses, acabando com a hegemonia clerical e a influência jesuítica de procedência espanhola.
A Arcádia Lusitana era por natureza antogongórica e tinha por lema "Inutilia truncat", isto é, "cortam-se os elementos inúteis". Entre suas principais características estão:
1. Volta à simplicidade dos modelos greco-romanos, ao mundo de Camões.
2. Predomínio da razão e da ciência, esquecendo-se a fé e a religião.
3. Retorno ao equilíbrio, em oposição ao desequilíbrio do Barroco.
4. Busca da perfeição da forma.
5. Procura de um estilo simples, natural, despojado das metáforas e hipérboles.
6. Identificação da arte com a natureza, resultando uma poesia bucólica, por vezes ingênua.
7. Simplificação do estilo, sem perder a nobreza de linguagem.
8. Tendência introspectiva (Pré-Romantismo).
9. Linguagem graciosa e melodiosa, com culto excessiva à natureza (estilo rococó).
10. Uso de pseudônimos pelos poetas.
Da academia Arcádia Lusitana:
Antônio Dinis da Cruz e Silva,
Filinto Elísio,
Correia Garção,
Domingos dos Reis Quinta,
Cândido Lusitano.
Da academia Nova Arcádia:
Manuel Maria Barbosa du Bocage;
Pe. José Agostinho de Macedo.