O Modernismo português tem, como marco inicial, a publicação de Orpheu - revista trimestral de literatura, em 1915. A Europa vive a Primeira Guerra Mundial; os meios artísticos estão inundados por manifestas de vanguarda; Portugal assiste às turbulências iniciais do período republicano, mergulhado num clima de profundo nacionalismo. É nesse quadro de referências que surge em Portugal: Fernando Pessoa e seus heterônimos.
No Brasil, o Modernismo tem seu início com a realização da Semana de Arte Moderna no Teatro Municipal de São Paulo, em fevereiro de 1922.
A economia mundial caminha para um colapso, que se concretizaria na quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929. O Brasil vive os últimos da chamada República Velha - período de domínio político das oligarquias ligadas aos grandes proprietários rurais. Com a revolta militar do Forte de Copacabana, o Brasil passa por um momento realmente revolucionário, que culminaria com a Revolução de 1930 e a ascensão de Getúlio Vargas. Nesse processo surge o Modernismo Brasileiro, que passou por três fases distintas.
É uma fase de definição de comportamentos e tendências, cheias de publicações de revistas e manifestações. Também na política, o Brasil passa por momentos de transformações (fim das oligarquias rurais e da política do "café com leite"), que vão culminar com a Revolução de 1930, quando Getúlio Vargas sobe ao poder.
É o período mais radical do Modernismo, caracterizado:
- pelo menosprezo e pela destruição de tudo o que havia sido feito anteriormente, isto é, rompimento total com o
passado;
- pelos ideais anárquicos;
- por um nacionalismo exagerado;
- pelo primitivismo, isto é, pela volta às origens.
São autores dessa primeira fase:
Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Antônio de Alcântara Machado, Manuel Bandeira, Menotti del Picchia, Guilherme de
Almeida, Cassiano Ricardo, Plínio Salgado.
Trata-se de uma fase de construção, com ideias literárias inovadoras e de muita produtividade - na prosa e na poesia. Politicamente, os acontecimentos eclodem, tanto fora do país (depressão econômica, nazismo, Segunda Guerra Mundial) como aqui dentro (ditadura de Getúlio Vargas e o Estado Novo).
Abrem essa fase, Mário de Andrade com a obra Macunaíma, e José Américo de Almeida, com A bagaceira.
É o período que se caracteriza:
- por uma literatura construtiva e com consciência política, que não quer negar as mudanças dessa época;
- por uma reflexão e posterior amadurecimento das ideias da Semana de 22. A grande maioria de autores dessa segunda fase
são os mesmos da primeira fase, mas a eles novos nomes se juntam. A saber:
a) na ficção regional - Érico Veríssimo, Jorge Amado, Graciliano Ramos, José Lins do Rego, Rachel de Queiroz;
b) no romance urbano e psicológico - Marques Rebelo, Lúcio Cardoso, Octávio de Farias, José Geraldo Vieira, Cornélios
Pena;
c) na poesia - Carlos Drummond de Andrade, Cassiano Ricardo, Cecília Meireles, Augusto Frederico Schmidt, Jorge de Lima,
Vinícius de Moraes.
No Brasil, é o período em que se encerra a ditadura de Getúlio Vargas e, no cenário mundial, o final da Segunda Guerra.
Na literatura, os autores brasileiros fogem dos excessos iniciais da geração de 22 e já é possível vislumbrar, na prosa, uma produção intimista e introspectiva, sendo Clarice Lispector a figura mais representativa desse tipo de romance. Ou uma literatura regionalista, cujo representante magistral foi Guimarães Rosa, ao registrar a psicologia, a fala e o mundo do jagunço do centro do Brasil.
Na poesia, destacam-se: João Cabral de Melo Neto, Ferreira Gullar, Ledo Ivo, Mauro Mota, Mário Palmério, Fernando Sabino, Osmar Lins, Daltron Trevisan.