O marco inicial do Realismo português foi a Questão Coimbrã, episódio polêmico ocorrido em 1865. Portugal consolidara há pouco o liberalismo, e desde 1850 vivia um período de estabilidade política e progresso material.
A consolidação das ideias realistas far-se-ia em 1871, graças a uma série de conferências organizadas por Antero de Quental no Cassino Lisboense. Ainda que a certa altura tenham sido proibidas pelas autoridades, essas conferências determinaram os rumos do novo movimento literário. O movimento realista em Portugal vigorou até 1890, quando Eugênio de Castro publicou "Oaristos", livro de poesias que inaugurou o Simbolismo.
Podem ser assim resumidas as principais características do Realismo:
• observação e análise minuciosa da realidade;
• objetividade;
• interesse pelo presente e contemporâneo;
• universalismo: exploração de temas universais;
• preferência por personagens populares, vulgares;
• espírito científico: busca da verdade e exatidão;
• ideal republicano e antimonárquico;
• tendência anticlerical;
• materialismo;
• predomínio da razão sobre a emoção.
Na poesia: Antero de Quental, Cesário Verde, Gomes Leal, Gonçalves Crespo, Guerra Junqueira, João de Deus.
Na prosa: Eça de Queirós, Fialho de Almeida, Ramalho Ortigão.
Duas correntes coexistiram em Portugal juntas: o Realismo e o Naturalismo.