- Para o texto dissertativo
O texto dissertativo faz uso da função referencial da linguagem. Ela é a mais comum das funções e centra-se na informação.
A intenção é transmitir ao receptor da mensagem dados da realidade de uma forma direta e objetiva, com palavras
empregadas em seu sentido denotativo. Portanto, essa é a função da linguagem que predomina nesse tipo de texto.
Na função referencial, normalmente prevalece o texto escrito em terceira pessoa, daí então ser usada para as dissertações
e na maioria dos textos científicos e jornalísticos.
No entanto, vez ou outra pode-se deparar com texto dissertativos escritos em primeira pessoa; nesse caso, além da função
referencial, percebe-se a intenção do autor do texto de se posicionar ante o fato. Nessa situação, é interessante
atentar à força dos adjetivos (expressam juízos de valor) e à subjetividade dos argumentos e exemplos utilizados no texto.
Apesar do predomínio da denotação, um texto dissertativo em que está presente a função referencial pode fazer uso de
figuras de linguagem sem que, com isso, perca a objetividade e a seriedade. Desde que usadas com moderação e no momento
adequado, as figuras de linguagem constituem-se em valiosos recursos expressivos, como o eufemismo e a ironia.
- Para o texto publicitário
Em várias circunstâncias as pessoas se veem envolvidas por textos que têm, como preocupação básica, interferir no
comportamento do leitor, seja em forma de apelo, de ordem, de súplica ou de chamada à realidade, despertando a
consciência. São textos, em geral, muito trabalhados pois têm de atender à necessidade básica de envolvimento do
destinatário. É o que os publicitários e políticos fazem muito bem.
Quando a intenção do produtor da mensagem é influenciar, envolver o destinatário, tem-se a função conativa da linguagem.
Gramaticalmente, a função conativa se caracteriza pelo emprego de verbos no imperativo, pronomes na segunda pessoa e uso
de vocativos.
- Para o texto poético
Quando a intenção do produtor do texto é posicionar-se em relação ao tema que está abordando, é expressar seus sentimentos
e emoções, sempre resulta um texto subjetivo. As marcas gramaticais desse texto serão os verbos e os pronomes em primeira
pessoa e as interjeições (que nada mais são do que revelações do estado emocional do autor).
A função emotiva, ou seja, o texto em primeira pessoa, pode ser um excelente recurso, muito rico por propiciar uma
variedade de possibilidades expressivas. Esta função de linguagem se faz presente na poesia.
- Para o texto literário
Quando a intenção do produtor do texto está voltada para a própria mensagem, para uma especial arrumação das palavras,
quer na escolha, quer na combinação das palavras, quer na organização sintática da frase, tem-se a função poética da
linguagem.
Importante é perceber que a função poética não é exclusiva da poesia. Na prosa bem escrita, sempre é possível perceber
passagens poéticas. A literatura, que trabalha com a palavra de forma artística, se vale dessa função para produzir
textos.
- Para o texto jornalístico
A intenção do jornalista está voltada para a notícia, a informação com frases declarativas, mas não deixa de influenciar,
persuadir o leitor, e também, se aproxima da linguagem elaborada, com frases de valor artístico e com figuras de linguagem. Portanto, as funções referencial, apelativa e literária estarão presentes num texto de jornal.
A linguagem literária e fala coloquial, com tanto que não se distanciando da língua padrão culta passeia entre os
diversos textos de um veículo jornalístico.
- Para o texto didático
A função metalinguística da linguagem está presente no cotidiano e desempenha um papel importante nos textos. Nas
conversas, ou mesmo nas aulas, quando há um questionamento ao interlocutor sobre algo que ele conta ou explica, a
resposta será, inevitavelmente, um texto metalinguístico. O mesmo ocorre com as definições.
Os dicionários e as gramáticas, por utilizarem palavras para explicar outras palavras, são os exemplos mais típicos de
metalinguagem.
As construções explicativas do tipo "isto é", "ou seja" introduzem sempre textos metalinguísticos.
Por extensão, considera-se metalinguístico todo texto que faz referência a outro texto; na literatura, são comuns os
texto que dialogam com outros textos já consagrados, seja para uma reafirmação das ideias, seja para questionar ou
parodiar o texto anterior.
Observação:
Num mesmo texto, porém, várias funções da linguagem podem ocorrer, uma vez que, atualizando concretamente possibilidades
de uso do código, entrecruzam-se diferentes níveis de linguagem. A emissão, que organiza os sinais físicos em forma de
linguagem, colocará ênfase em uma das funções, e as demais dialogarão em subsídio.