Aliteração - consiste em repetir consoantes, vogais ou sílabas num verso ou numa frase, especialmente as sílabas tônicas. A aliteração é largamente utilizada em poesia mas também pode ser empregada em prosa, especialmente em frases curtas.
Há duas formas de aliteração:
Assonância, que utiliza de modo repetido o som de uma vogal. Ex.: Anule aliterações altamente abusivas manual de redação humorístico (aliteração em A).
Consonância, que repete o som de uma consoante. Ex.: O rato roeu a roupa do rei da Roma - popular (aliteração em R)
A aliteração permite construir frases marcantes e é frequentemente utilizada em títulos, nomes de empresas, publicidade etc.: Coca-Cola; Big-Ben; Mickey Mouse...
Anáfora – é a repetição de uma mesma palavra ou expressão no início de orações, períodos ou versos.
Ex.: Depois, o areal extremo... / Depois, o oceano de pó... / Depois no horizonte imenso
Anacoluto – (do grego anakólouthos, “sem sequência, inconsequente”) é a mudança de construção sintática no meio do enunciado, geralmente depois de uma pausa sensível e, em consequência disso, um termo acaba ficando sem função sintática.
Ex.: Aquela mina de ouro, ele não ia deixar que outras espertas botassem as mãos. [Observamos que a oração iniciada por – Aquela mina de ouro - não teve seguimento depois das duas outras e, em consequência, tais palavras ficaram soltas no período].
Anástrofe – (do grego anastrophé, “mudança de posição, inversão, transposição”) é o tipo de inversão vocabular que consiste na anteposição do determinante (preposição + substantivo) ao determinado.
Ex.: Bem sei que um dia o vendaval da sorte / Do mar lançou-me na gelada areia.
Assíndeto – (do grego asýndeton, “não unido, não ligado”) ocorre quando, entre duas orações, não se coloca a conjunção que poderia ligá-las.
Quando as orações de um período ou as palavras de uma oração se sucedem sem conjunção coordenativa. É um vigoroso processo de encadeamento do enunciado, que reclama do leitor ou do ouvinte uma atenção maios no exame de cada fato, mantido em sua individualidade, em sua independência, por força das pausas rítmicas.
Ex.: Arreamos, montamos, saímos.
Diácope – é a repetição de palavras com intercalação de outro ou outras.
Ex.: Dargo, o valente Dargo, a quem na guerra ninguém nunca jamais não viu as costas...
Elipse – (do grego élleipsis, “falta”, “insuficiência”) é a omissão de um termo que pode ser facilmente subentendido. Ex.: Vivemos sob o mesmo teto. [Elipse do sujeito “nós”]
A elipse é responsável por numerosos casos de derivação imprópria, nos quais o termo expresso absorve o conteúdo significativo do termo omitido: a (cidade) capital; um (dente) molar; um (navio a) vapor; uma (igreja) catedral; uma (carta) circular; uma folha (de papel).
Epístrofe – repetição de uma mesma palavra no final das partes de um período ou trecho.
Ex.: A máquina é Deus. O homem é Deus. O universo é Deus.
Epíteto – qualificação do nome através de uma característica que já lhe é inerente.
Ex.: Fogem as neves frias dos altos montes.
Epizeuxe – repetição seguida de uma mesma palavra.
Ex.: O Brasil fez um gol lindo, lindo, lindo!
Hipérbato – (do grego hypérbaton, “inversão, transposição”) é a separação de palavras que pertencem ao mesmo sintagma, pela intercalação de um membro frásico. É o termo genérico para designar toda inversão da ordem normal das palavras na oração, ou da ordem das orações no período, com finalidade expressiva.
Ex.: Lindos eram os olhos da criança.
Pleonasmo – (do grego pleonasmos, “demasia, excesso, redundância”) consiste em intensificar o significado de um termo através da repetição da própria palavra ou da ideia contida nela.
Ex.: - Entre cá dentro, disse ele.
O pleonasmo só se justifica para dar maior relevo, para emprestar maior vigor a um pensamento ou sentimento.
Polissíndeto – (do grego polysýndeton, “que contém muitas conjunções”) é o emprego repetitivo da conjunção entre as orações de um período ou entre os termos de uma oração. Polissíndeto é o contrário de assíndeto.
Ex.: Fui cisne, e lírio, e água, e catedral.
Prolepse – (do grego prólepsis, “ação de tomar antes”), figura também conhecida por antecipação, consiste na deslocação de um termo de uma oração para outra precedente, com o que adquire excepcional realce.
Ex.: A Europa dizem que é tão bonita, e a Itália principalmente.
Silepse – (do grego sýllepsis, “ação de reunir, de tomar em conjunto”) é a concordância que se faz não co a forma gramatical das palavras, mas com o seu sentido, com a idiae que eles expressam.
a)De número – pode ocorrer a silepse de número com todo substantivo singular concebido como plural e, particularmente, com os termos coletivos. Ex.: O casal não tivera filhos, mas criaram dois ou três meninos.
b)De gênero – As expressões de tratamento Vossa Excelência e semelhantes, embora tenham forma gramatical feminina, aplicam-se com frequência a pessoa do sexo masculino. Ex.: V. Exª é sempre bem trajado.
c)De pessoa – quando a pessoa que fala ou escreve se inclui num sujeito enunciado na 3ª pessoa do plural, o verbo pode ir para a 1ª pessoa do plural. Ex.: Estávamos reunidas algumas pessoas.
Sínquise – (do grego sýgchysis, “confusão, mistura”) é a inversão de tal modo violenta das palavras de uma frase, que torna difícil a sua interpretação. É antes um vício que um figura.
Ex.: Quando, inteiros, virá, como tu, dar-nos / A paz às boas Artes? [Se escrito em prosa: Quando é que virá a Paz fazer com que inteiros nos entreguemos, como tu, às boas Artes?]
Zeugma – é uma das formas da elipse. Consiste em fazer participar de dois ou mais enunciados um termo expresso apenas em um deles.
Ex.: João fez um gesto, Márcio outro; mas muito diferentes! [Isto é: Márcio “fez” outro].
a)Simples – quando o termo omitido é exatamente o mesmo empregado;
b) Complexa – quando subentende um verbo já expresso, mas sob outra flexão. Ex.: Chamo-me Inácio, ele, Benedito. [Isto é: ele “chama-se” Benedito].