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Letra A

Abreviatura - ponto

No período: “O professor respondeu a Pedro Maurício Jr.” não há a necessidade de repetir a pontuação. O ponto da abreviatura serve para indicar o final do período também.

Abreviatura de numeral 

Quando abreviamos R$ 1.500.000,00 para 1,5 milhão de reais, a casa do milhão é a que fica antes da vírgula. Observe mais exemplos: 2,1 milhões = dois milhões e cem mil; 1,3 bilhão = um bilhão e trezentos milhões; 4,1 bilhões = quatro bilhões e cem milhões.

Abreviatura de ordinal

Usar a forma (sem o ponto) parece indicação de grau de temperatura na escala Celsius. Ex.: 1º (um grau), 32º (trinta e dois graus), 0º (zero grau), - 4º (menos quatro graus, quatro graus negativos ou quatro graus abaixo de zero).

É, também, errado colocar um tracinho (-) ou dois (=) abaixo das letras "a" e "o" sobrescritas (ª e º). O correto é colocar um ponto abaixo das letras sobrescritas.

Abreviatura de professor

A abreviatura da palavra professor não tem "o" como há em professora (prof.ª). Ninguém abrevia doutor como "dr.º". Doutora, sim, "dr.ª".

À custa de / às custas de

Embora muito usada no plural (erroneamente), a locução prepositiva correta é "à custa de". É importante lembrar que as locuções prepositivas de base feminina devem receber o sinal da crase: à custa de, à mercê de, à base de, à procura de, à moda de...

Adequar

Na conjugação do verbo adequar, nem a forma "eu adéquo" nem a forma "eu adeqúo" podem ser usadas, porque o verbo adequar é defectivo, não é conjugado em todas as formas (não tem a pessoa Eu). Só é empregado nas formas ditas arrizotônicas, em que o acento tônico incide fora da raiz. Em adequar, há três sílabas: a-de-quar. A mais forte é "-quar", que é, então, a sílaba tônica. Logo, não podem ser usadas as formas em que o acento incidiria na sílaba anterior, que é "-de". Não existe, portanto, a forma "adéquo". Alguns, tentam escapar, dizendo "adeqúo", e fica pior ainda. O verbo adequar só pode ser usado nas formas em que a tônica recai depois do "qu": adequar, adequado, adequamos, adequei... Nos casos em que não podemos usar o verbo adequar, devemos lançar mão de sinônimos, como, por exemplo: ajustar, adaptar, ou, então, introduzir um verbo auxiliar: "eu procuro adequar...".

À distância / a distância

Só haverá sinal grave se a distância estiver especificada. Exemplo: O carro deve manter-se à distância de cinco metros. Caso contrário: O namorado espreitava-a a distância.

Adolescente e adulto – palavras cognatas

Palavras cognatas pertencem à mesma origem, ao mesmo radical, são da mesma família. Assim acontece com duas palavras tão opostas, como explica José Miguel Wisnik, escritor, músico e professor da USP:

“Adolescente é um substantivo no particípio presente: um ser que está acontecendo.

O segredo do adolescente está guardado, há séculos, no DNA da palavra adolescente, para só revelar-se agora, no nosso tempo. O radical vem de verbo latino oleo, -es, -ere, -olui, que quer dizer exalar um perfume, um cheiro, recender – bem ou mal. É a mesma raiz da palavra olor, significando aroma sutil, fragrância. Com a preposição "ad" como prefixo formou-se o verbo latino adoleo, que quer dizer queimar, fazer queimar, consumir pelo fogo em honra de um deus. [...]

O terceiro elemento da fórmula, o "esc", só acentua a ideia de processo temporal, de algo que vai acontecendo, como na palavra evanescente – o que se esvai aos poucos. Assim, "adolesco", extensão de adoleo, é um verbo de duplo sentido, que significa transformar-se em vapor, em fumaça, e também passar de um estado a outro – crescer, desenvolver-se, tornar-se maior.

O elemento "ent" só vem acentuar mais uma vez o acontecimento temporal: adolescente é aquele mutante que está sendo posto para se consumir ardentemente, enquanto cresce. O particípio passado do mesmo verbo é (pasmem!) adulto. Assim, diante do adolescente, o adulto se arrisca sempre a ser o fósforo queimado, aquele que não fede nem cheira. [...]” (José Miguel Wisnik, in revista MTV, ano 1, março de 2001)

A gente e agente 

a) A gente = nós; o povo, as pessoas. Exemplo:
Nós vamos à praia este fim de semana. (Forma mais culta.)
A gente vai à praia este fim de semana. (Forma mais popular.)
b) Agente = indivíduo encarregado, responsável por determinada ação: aquele que age. Agente possui também outros significados. Exemplo:
Meu pai é agente de viagens da Varig.

A gente ou nós?

Se você estiver num contexto formal, que exige a gramática tradicional, não há dúvida de que nós é palavra mais adequada; no entanto, nada impedirá a utilização de "a gente" num ambiente descontraído e informal. Cabe lembrar-se, apenas, de que a concordância verbal deve prevalecer sempre: use "nós" com o verbo na 1ª pessoa do plural; use "a gente" com o verbo na 3ª pessoa do singular. Nunca use: a gente fomos.

Águam

A forma verbal “águam” tem acento, porque é uma paroxítona terminada em tritongo. O “m” é na verdade um fonema vocálico e não a consoante.
Vejamos a conjugação do verbo aguar:
Presente do indicativo - águo, águas, água, aguamos, aguais, águam.
Pretérito perfeito do indicativo - aguei, aguaste, aguou, aguamos, aguastes, aguaram.
Presente do subjuntivo - águe, águes, águe, aguemos, agueis, águem.
Imperativo afirmativo - água, águe, aguemos, aguai, águem.
Imperativo negativo - não águes, não águe, não aguemos, não agueis, não águem.

Alerta

"Alerta: sentinelas, alerta!" (invariável, interjeição). "Todos os sentidos alerta funcionam" (advérbio - invariável).

"Os gansos deram o alerta" (substantivo - variável).

"As autoridades sanitárias estão alertas" (adjetivo, variável).

Há gramáticos que tratam essa palavra apenas como advérbio, invariável.

Alto-falante

O alto de alto-falante se deve à ampliação da voz. Também à altura onde eram postas as cornetas. Quem tem mais idade, conheceu o serviço de alto-falante das cidades. Geralmente, havia um poste e lá em cima ficavam as caixas para que toda a cidade ouvisse os recados e músicas. É uma palavra composta por justaposição.

Ambos

O numeral "ambos", que é o único "dual" em português, pode ser reforçado em "ambos os dois", "ambos de dois", "ambos e dois", "ambos a dois", "a dois ambos".
Exemplos: "O certo é que ambos os dois monges caminhavam juntos." (Herculano)
"Ambos estes dois instrumentos." (Vieira)
"Nós viemos praticando ambos de dous." (Antônio Prestes)
"De ambos de dois a fronte coroada/ Ramos não conhecidos e ervas tinha." (Camões).
Modernamente, porém, vem se evitando o emprego pleonástico de "ambos os dois", embora seja correto. (Rocha Lima, Gramática Normativa da Língua Portuguesa.)

Ampersand (&)

O ampersand (&) ou "e" comercial é um caráter ou símbolo utilizado para substituir a conjunção entre nomes de empresas (daí o seu nome incluir a palavra comercial). Por outro lado, no contexto das linguagens de programação, como C, o "&" simboliza uma operação AND (conjunção) bit-a-bit, enquanto que dois "&&" simbolizam uma conjunção lógica. É uma espécie de monograma que representa a conjunção latina et (mãe de nossa conjunção aditiva E). Trata-se de uma ligatura - combinação do desenho de duas letras num único sinal, usado para aumentar a velocidade da escrita manual - desenvolvida por Marcus Tullius Tiro, secretário de Cícero, o grande orador romano. Para poder registrar os discursos e da correspondência ditada por este último, Tiro, que era um escravo liberto, criou várias formas de acelerar a escrita, sendo por isso considerado o avô da taquigrafia. Embora o traçado do símbolo tenha evoluído até deixá-lo visualmente desvinculado da forma original, em algumas famílias de fontes ainda é possível enxergar as duas letras que ele representa (Wikipedia).

Anexo / anexa / em anexo

Adjetivo cujo significado é junto, ligado, contíguo. Por se tratar de adjetivo, deve variar em gênero e número, concordando com o substantivo a que se refere. Exemplos: Documento segue anexo. Seguem anexas as fotografias.
"Em anexo" é locução adverbial, por isso invariável. Exemplos: Documento segue em anexo. Seguem em anexo as fotografias.

A nível de

"A nível de" tornou-se uma muleta, ou seja, expressão dispensável, desnecessária. Veja os exemplos:
"Decisão a nível de diretoria". Não fica melhor dizer (ou escrever) "Decisão de diretoria"? 
"O clube está fazendo contratações a nível de futuro". Não ficaria mais elegante escrever: "O clube está fazendo contratações para o futuro"?
Em determinadas situações, podem ser usadas as locuções no plano (de) ou em termos de. Ou no nível de / em nível de, uma vez que "nível" rejeita o "a" sozinho. Exemplos: O grupo elevou a entidade ao nível primeiro mundista (a nível primeiro-mundista - não seria a expressão mais correta) 
Existe também ao nível de, mas apenas com o significado de à mesma altura: ao nível do mar.

Ano novo / ano-novo

“Feliz ano novo!” – sem hífen, pois a pessoa está desejando-lhe todas as felicidades do mundo no ano que se inicia.  “Para o Natal e para o ano-novo, o supermercado Y tem as melhores ofertas.” – com hífen, pois é a festa. Em ambos os casos, letra minúscula. 

Anos  sessentas

Qual é o erro desta expressão?
“Durante uma hora ele falou, emocionado, sobre sua juventude nos anos sessenta.”
A resposta certa: Durante uma hora ele falou, emocionado, sobre sua juventude nos anos sessentas.
Diz-se duas canetas ou duas caneta? A primeira, claro! 
Cuidado para não confundir “numeral” com “substantivo”.
Numerais : quarenta anos, setenta anos, noventa anos. Substantivos : anos quarentas, anos noventas, anos noventas. Os anos setentas são: 70, 71, 72, 73, 74, 75, 76, 77, 78 e 79. Vários setentas! Há quem defenda o singular, pois alega que sessenta é um substantivo com função de adjetivo, que estabelece o tipo ou categoria, como em banana-maçã, bananas-maçã. A tendência atual é pluralizar: anos sessentas. 
Os estudantes antigamente faziam a prova dos noves na escola? O número 5555 é formado por quatro cincos; o número 777, por três setes. E o número 111? Mesmo raciocínio: formado por três uns.

Ansiar  (verbos terminados em -iar)

MEDIAR, ANSIAR, REMEDIAR, INCENDIAR e ODIAR, cujas letras iniciais foram o nome MÁRIO, são irregulares na conjugação porque ganham o I transformado em EI nas formas rizotônicas (acento tônico recai no radical) nas três primeiras pessoas do singular e na terceira pessoa do plural do presente do indicativo e do presente subjuntivo. Exemplo: odeia, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam / odeie, odeies, odeie, odiemos, odieis, odeiem.
Os outros verbos terminados em -iar são regulares. Exemplos: afio, aprecio, chio, crio, esquio, guio, mio, premio, principio e outros. A exceção é MOBILIAR, nele as formas rizotônicas (sílaba tônica no radical) têm acento tônico na sílaba BI (consequente acento gráfico) e não na LI: mobílio, mobílias, mobília, mobiliamos, mobiliais, mobíliam / mobílie, mobílies, mobílie, mobiliemos, mobilieis, mobíliem.

Antártica ou Antártida

Esse assunto é polêmico.
Luiz Antonio Sacconi afirma que a região gelada chama-se Antártica, que é oposta ao Ártico.
Eduardo Martins no Manual de Redação do Estadão; Domingos Paschoal Cegalla em seu Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa possuem outra posição: 
Antártida - nome da região
Antártico, antártica: adjetivo. Exemplo:  continente antártico, aves antárticas.
Os dois últimos são mais lógicos.

Ao encontro de / de encontro a

Há muita gente que faz confusão ao empregar as duas expressões acima. Veja a diferença: 
Os governantes deveriam ir "ao encontro das" necessidades do povo. (Indica conformidade, acordo.)
A reeleição vem "de encontro às" expectativas de Maluf. (Indica oposição, conflito.)

A persistirem / ao persistirem

"A persistirem os sintomas, procure orientação médica."

"Ao persistirem os sintomas, procure orientação médica."

As duas formas aparecem em propagandas de medicamentos na tevê. Qual é a correta?

Há duas estruturas diferentes, e deve-se optar entre elas com base no que pretende dizer. "A persistirem os sintomas..." é uma estrutura condicional; equivale a "se persistirem os sintomas...".

"Ao persistirem os sintomas" é temporal; equivale a "quando persistirem os sintomas".

Nessa frase do Ministério da Saúde, o significado implícito é "se os sintomas persistirem", embora o nexo temporal também seja possível.

Conclusão: as duas formas estão corretas, mas muitos gramáticos só admitem a frase na condicional: "A persistirem os sintomas...".

Apagão ou blecaute? 

A duas palavras são de origem estrangeira e têm como definição a falta total de energia elétrica numa cidade ou região.
Apagão não é encontrada nos dicionários; já blecaute é registrada por Aurélio e Michaelis. Isso não quer dizer que esteja errado empregá-la, é um neologismo legítimo, que foi adaptado ao nosso sistema ortográfico.
Entre blecaute e apagão, prefiro a última, pois advém de uma língua também latina, o espanhol. 
Segundo Eduardo Martins, que escreve “De palavra em palavra” no suplemento infantil Estadinho, apagão não é o aumentativo de nenhuma palavra do nosso idioma, mas o aportuguesamento do termo espanhol “apagón”. 
O vocábulo era usado na América Central para designar o material que não queimava com facilidade ou o charuto difícil de acender. Por extensão, passou a ser sinônimo de escurecimento total. 
A forma apagão chegou ao Brasil por causa dos ataques de grupos guerrilheiros americanos. Esses atos terroristas deixavam regiões às escuras pela destruição de usinas ou redes de transmissão de energia. 
Blecaute. Outra palavra estrangeira, adaptada, do inglês “blackout”. O blecaute pode ser uma falta de energia repentina, causada por pane na rede elétrica, ou uma ação planejada. Durante as guerras, apagam-se as luzes ( blecaute) para evitar incursões de aviões inimigos. 

A princípio / em princípio

Segundo Domingos Paschoal Cegalla em seu "Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa", as duas locuções são empregadas, mas cada uma tem seu significado. 

"Em princípio": significa em tese, teoricamente, antes de qualquer consideração. Exemplo: "Em princípio, sua proposta nos interessa, mas só a direção da empresa é que pode aceitá-la".

"A princípio": significa no começo, inicialmente. Exemplo: "A princípio, tudo parecia um mar de rosas, mas não tardaram a surgir dificuldades".

A priori / a posteriori

"A priori", expressão latina, significa anterior à experiência, anterior à verificação experimental. E tem como antônima outra expressão latina: "a posteriori" que significa conhecimento, afirmação, verdade provenientes da experiência, ou que dela dependem. Na verdade, há uma banalização das duas expressões como se fossem sinônimas de "antes" e "depois". Tomar cuidado.

Ar condicionado/ ar-condicionado

Sem hífen é o próprio ar, cuja temperatura foi alterada para quente ou fria. Exemplo: O ar condicionado lhe fez mal. Com hífen, designa o aparelho: Vende-se um ar-condicionado. Ou seja, um condicionador de ar. 

Arroba

A palavra arroba vem do árabe «ar-ruba» e quer dizer 15 kg, tem como antiga abreviatura@, portanto o símbolo existe antes do computador. A informação está na Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira. O Dicionário Aurélio afirma que a palavra tem origem grega, mas há quem diga que ela vem mesmo da Espanha. 

Artes plásticas

Quando se fala em artes plásticas, a pessoa se lembra do plástico e fica a imaginar a relação existente entre uma pintura artística e uma sacola plástica do supermercado. Artes quer dizer a expressão da atividade criadora. Plástico significa aquilo que tem propriedade de adquirir determinadas formas sensíveis, por efeito de uma ação exterior. Artes plásticas, portanto, envolvem cores, formas, linhas, volumes. Chama-se de artes plásticas a pintura, escultura, desenho, gravura e colagem.

Ascendência / descendência

No dicionário do Aurélio: "Ascendente: pessoa de quem se descende; antepassado, ancestre. Diversas famílias de Santa Catarina têm ascendentes alemães. Descendente: pessoa que descende de outra, ou de um povo".

Aspas - emprego

Há dois tipos de aspas:
Simples: feita com o sinal do apóstrofo (');
Duplas: (")
Quando se aplicam as aspas
1. Em transcrições ou citações:
O político Maurício Cardoso disse certa vez: "Uma hipótese é uma coisa que é e não é, mas que a gente gostaria que fosse só para ver como ela é, caso fosse". (Maurício Cardoso)
O ponto final vai após as aspas, encerrando o período.
Já no exemplo:
"A diferença que existe entre convicção e preconceito está em que podemos discorrer sobre uma convicção sem nos zangarmos." 
O ponto final está compreendido pelas aspas, portanto vai antes delas. Igual orientação vale para os parênteses. 
Em textos digitados, o itálico ou negrito substitui as aspas.
2. Há aspas simples quando uma citação está contida noutra: "Nos velhos tempos, ’escrever em papel grosso, em meia folha, era só para gente ordinária ou sem criação'; os tempos mudaram." 
3. Em palavras estrangeiras, expressões latinas, palavras grafadas erradamente, neologismos e gíria ainda não incorporada ao vocabulário: Ela escreveu "nóis" por nós.
"Pô!" é uma nova interjeição. Gosto dos "magrinhos". Ele funcionou como escrivão "ad hoc". As crianças ficaram no "playground".
A tendência moderna é usar o itálico em vez de aspas. Mesmo os termos ou expressões latinos, no original, enquadram-se nesta regra: sui generis 
Os termos estrangeiros já incorporados não precisam nem de um nem de outro. Exemplo: show, marketing.
4. Não existe motivo convincente para que se coloque entre as aspas apelidos, quando forem simples apostos:
Josefa Ramos, conhecida por Fafá.
É correto aspear ou pôr entre parênteses o apelido:
Lynette "Squeaky" Fromme tentou matar o presidente.
Lupicínio (Lúpi) Rodrigues, compositor.
5. Não se põem aspas em alcunhas das páginas policias ou locuções substantivas próprias, tais como: Foi detido o
ntem Mário Rodrigues Quintana, vulgo Bodão. Abril se inicia com a Semana Santa.
6. Aspas e destaque são coisas diferentes. Quando se quer dar destaque a uma palavra, é melhor pô-la em negrito ou itálico. 
7. O uso das aspas é justificado quando indica ironia ou malícia: Falei ao "professor" Fulano. O tesoureiro pagou "por engano" o serviço do cunhado.
8. Põem-se aspas  em títulos de artigo de jornal, crônica, de revista, capítulo de livro etc. Ou em itálico (ou negrito) em texto digitado: A crônica "Fabricante de Mães" está na “Folha da Região”. 
9. Para suprir a repetição de palavras:
2 caixas de clipe.
5   "    de caneta.
10. Aspeiam-se as referências a elementos de textos ordenados ou articulados: No exemplo "a" o redator empregou aspas erroneamente ao escrever "BEM FALANTE", já que as palavras estão em caracteres maiúsculos. Não devemos grifar nem aspear os exemplos: Vamos pingar os pontos nos ii.
Escreva direitinho, com todos os efes e erres.
11. Na redação oficial, em transcrições com mais de um parágrafo, aspeiam-se o começo de cada parágrafo e o final do último. 
l2. Não abuse das aspas para destaque. O efeito pode ser outro, porque o texto se transformará num verdadeiro matagal de aspas, anulando o objetivo pretendido.

Aspecto verbal 

O aspecto verbal exprime a ação verbal no seu início, no seu desfecho, no seu curso, num de seus instantes, na sua frequência.
O aspecto pode ser:
pontual: indicando que o processo foi instantâneo (disse, olhei);
cursivo ou durativo: em que se vê a ação em seu desenvolvimento (ia dizendo, estava olhando);
conclusivo:  o processo é visto em seu fim, como concluso e com um resultado (leu, trabalhou);
permansivo: o processo está concluso e com um resultado permanente (caiu, sabe, aprendeu);
incoativo ou inceptivo: em que o processo verbal é visto em seu começo (amanhecer, partir);
interativo ou frequentativo: se exprime uma série de processos repetidos (voejar, saltitar, tenho falado, bate que bate). 
O aspecto pode ser expresso:
por sufixo: - ecer, asp. incoativo,
-ejar, -itar, asp. iterativo,
por um verbo auxiliar: começar a, entrar a, asp. inceptivo ou incoativo 
pelo tempo verbal: o pretérito imperfeito é de asp. cursivo, ao passo que o perfeito é conclusivo pela própria significação do radical: cair é pontual, partir é incoativo, chegar é conclusivo, andar é cursivo, saber é permansivo. 
O presente do indicativo é usado para o momento que se fala, mas ele pode ser empregado no lugar no pretérito perfeito, chamado presente histórico. Neste caso, a consulta do “Pelé”, as duas alternativas estão corretas. 

Assentamento

O verbo assentar tem várias acepções; uma delas significa “instalar”, que pode ser por certo tempo. 
Na verdade, os termos “assentar/assentamento” ganharam ultimamente conotação política, pois são empregados pelo INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária)  e pelo MST (Movimento dos Trabalhadores sem Terra).

Asterisco e número

Primitivamente só era usado o asterisco a fim de chamar a atenção do leitor para alguma nota colocada em rodapé na página. Por ter o aspecto de pequena estrela (*), ele recebeu o nome popular de estrelinhas e pode vir isolado, seguido de parênteses fechado ou entre parênteses: * ou *) ou (*).
Atualmente surgiu o emprego de número para substituir os asteriscos, nas chamadas de rodapé ou no fim do escrito (artigo, tese, livro e outros).
Exemplo: Mark Twain (*) foi dos primeiros compradores de máquina de escrever. Consta que seu romance "Tom Saywer" foi o primeiro livro cujos originais chegaram datilografados ao editor. 
----------------------------------------------------------------------- 
* Mark Twain, famoso escritor norte-americano.

Exemplo: Mark Twain (1) foi dos primeiros compradores de máquina de escrever. Consta que seu romance "Tom Saywer" foi o primeiro livro cujos originais chegaram datilógrafos ao editor.
----------------------------------------------------------------------
1. Mark Twain, famoso escritor norte-americano.

Ateu e agnóstico

É um assunto de filosofia. De modo grosseiro, pode-se dizer que, enquanto o ateu nega a existência de Deus, o agnóstico (de agnosticismo) considera-se incapaz de atingir um conhecimento absoluto sobre fenômenos como a origem da vida.

À-toa / à toa 

À-toa é adjetivo (invariável) vem com hífen e exige crase. Significa impensado, inútil, fácil, desprezível, insignificante. Exemplos:
Eram comentários à-toa.
Mas que sujeito à-toa!
Essa é uma afirmação à-toa.
Tal adjetivo originou-se da locução adverbial "à toa", inicialmente usada na linguagem náutica. Quando um navio não pode dirigir-se por si mesmo e outro o reboca por meio de um cabo chamado "toa", diz-se que o primeiro está indo à toa, isto é, a reboque.
Daí passou-se ao sentido moral e diz-se que um ser é "à-toa" quando não tem determinação própria.
À toa é locução adverbial, sem hífen e com crase. Significa: ao acaso, sem fazer nada. Exemplos:
"Estava à toa na vida, o meu amor me chamou." (Chico Buarque)
Ninguém vem ao mundo à toa.

Através de 

Essa locução tem o sentido de "por dentro de", "de um lado para outro", "ao longo de", "por entre":
Olhava através das grades da janela.
Viajou através do país.
Cavalgava através dos pastos e florestas.
Foi companheiro através de anos e anos.
Portanto, evite usá-la quando corresponder ao sentido de: "por meio de", "por intermédio", ou simplesmente "por" (pelo, pela).
A campanha seria feita por meio de cartazes
Mandei as cartas pelo correio.
Soube do ocorrido por intermédio de uma vizinha/ou por uma vizinha

Autoelétrica ou autoelétrico?

"Auto" em "autoelétrica" não é prefixo que significa por si mesmo, como em "automóvel" (move por si mesmo), porque a oficina não age por si mesma. Trata-se de uma palavra derivada por abreviação, como "moto" em motocicleta. "Auto" em "autoelétrica" é uma abreviação de automóvel. Autoelétrica significa uma oficina que cuidada da parte elétrica do automóvel.
A palavra deve ser separada por hífen porque "elétrica" começa por vogal e ficar no feminino por se subentender a palavra oficina.

Autoescola

O plural de autoescola deveria ser "autosescolas", afinal "auto" não é prefixo, mas forma reduzida de automóvel. Como a referência de todos é o Aurélio, nele o plural registrado é "autoescolas".
Na verdade, há uma confusão entre o elemento de composição "auto" com a redução homônima de "automóvel" diz Adrino da Gama Kury em seu livro "Para Falar e Escrever Melhor o Português", por isso "auto" não vai para o plural, comportando-se como se fosse um prefixo. Da mesma forma autoestrada: autoestradas. 

Autópsia / necropsia/ biópsia

Autópsia ou autopsia significa exame de si mesmo, intuição, introspecção. Na Medicina Legal, esta palavra vem sendo usada no lugar de necropsia, significando abertura de um cadáver para exame minucioso, a fim de determinar a causa da morte. Exemplo: Seu corpo foi levado ao IML (Instituto Médico Legal) para ser submetido à necropsia (e não autópsia). A pronúncia correta tem como sílaba tônica SI. A palavra não é acentuada.

Biópsia / biopsia – é a retirada de um fragmento de tecido de organismo vivo, para o exame da natureza das alterações celulares nele existentes: biopse. A pronúncia mais usada é biópsia.

A ver/ haver 

Essa roupa não tem nada a ver com você. Tem sentido de "não combina com seu estilo".
Nada a haver tem sentido completamente diferente: que não tem nada a receber.

À vista / a vista / a prazo

Quando se tratar de modalidade de pagamento, só se usa o acento grave se a frase sem ele ficar ambígua. Exemplo: João vendeu a vista (sem acento, vendeu um dos olhos). Então, João vendeu à vista. Na expressão “a prazo”, não se pode titubear, trata-se de uma palavra masculina, portanto sem acento grave.

Se o pagamento foi efetuado à vista da secretária, na frente dela, então, o acento grave é inevitável.

Avô e avó (plurais)

Plural de avô é avôs; de avó é avós. Quando se refere tanto a avô como avó, o plural é avós (acento agudo). Isso acontece também quando se trata de antepassados. Exemplos: Os avós do menino são ricos. Os avós do homem são os macacos.

Plural de água

Água tem plural: Águas de março, música de Tom Jobim, por exemplo. O plural se dá pela incidência pluvial. Os dicionários registram o verbete "águas".

Ensino com Tecnologia
Professor Osvaldo Andrade