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Letra C

C - [emprego da letra]

A letra "c" pode representar dois fonemas:
a) antes de "a", "o" e "u", tem som de "k".
Exemplos:: casa, colete, bacana, espetáculo.
b) antes de "e" e "i", tem som de "ss".
Exemplos: cela, cínico. 
Veja a correlação entre palavras primitivas e derivadas:
branco branquinho Casa Branca casabranquense 
casca casquinha 
Nesses casos, houve alteração na grafia, mas não houve alteração no som. Para manter o som de "k" antes de "e" e "i", troca-se o "e" pelo dígrafo "qu". 

Cabotiã, cabotiá ou kabotchã?

A transcrição do nome da chamada abóbora japonesa sempre foi um problema, porque ela não está dicionarizada. E as pessoas sempre gostam de uma referência bibliográfica quando se afirma que uma palavra é escrita de determinada forma. Buscar aleatoriamente pelo Google na internet não é confiável, porque o meio é um muro, onde todos picham e escrevem.
A palavra é mais usada em anúncios de supermercado. E os artes-finalistas aqui da Folha sempre querem saber qual é a forma correta.
Com a letra “k” não seria, já que tal letra não pertence ao nosso alfabeto.
“Cabotchã” – seria possível, pois temos “tchau”, mas o som /xê/ de palavra estrangeira nunca é transcrito com “ch” no aportuguesamento das palavras, sempre se usa X: xerife, xampu. Tchau é uma exceção.
Percebi que encontraria uma referência segura, quando esta Folha, edição de 22 de junho, publicou sua primeira página em japonês, em homenagem aos 98 anos da imigração dos nipônicos.
As professoras Emília Emy Urabe Kajimoto e Célia Mayumi Kimura Miyada, do Centro de Difusão da Língua Japonesa de Araçatuba, foram as responsáveis pela proeza idiomática, pois haviam ajudado o editor-chefe a compor a capa da edição do dia anterior.
Por telefone, a professora Emília disse que seria “cabotiá”, pois assim nos livraríamos do dígrafo “ch”. O último fonema /a/ não era nasalizado.
Como falamos ditiã, batiã (nasalizadas) e a internet também oferecia lista considerável de registros de “cabotiã” no mundo hortifrúti, optamos por essa pronúncia, porque já está consagrada entre nós. Optar por “cabotiá” seria a mesma de dizer ao pizzaiolo que a forma correta de escrever muçarela não é com dois esses.
A Internet registra também vários sites que chamam a abóbora japonesa de “cabotiá”.

Cãibra ou câimbra

As duas formas são registradas pelo dicionário Aurélio. “Cãibra” paroxítona, mas o dicionário Michaellis separa suas sílabas assim: cã-i-bra.  Enquanto “câimbra” é proparoxítona, por isso o acento circunflexo, porém há quem discorde, dizendo que ela continua sendo uma paroxítona pois o encontro vocálico, na verdade, é um ditongo decrescente nasal.  Em Portugal só há cãibra.

Caixa

Qual é a construção correta?
1. Maria é o caixa daquele supermercado.
Ou: Maria é a caixa daquele supermercado.
2. Saquei o dinheiro no caixa eletrônico.
Ou: Saquei o dinheiro na caixa eletrônica.
RESPOSTA: o caixa – masculino - indivíduo que trabalha numa caixa (seção, local). Seja ele homem ou mulher.
Feminino: seção de estabelecimentos comerciais, bancos, repartições públicas, etc. Onde são feitos pagamentos e recebimentos. Exemplo: Para pagamentos, dirija-se à caixa (mesmo que seja eletrônico).

Calçar as luvas?

"No inverno, as pessoas friorentas calçam luvas."

Não há erro. Também se calçam as luvas, pois "calçar" significa vestir os pés ou as mãos, como pôr as calças. Já houve muita polêmica sobre assunto, dizia-se que não se vestem as luvas. Não é verdade. Posso usar "calçar as luvas", que é mais clássico; como "vestir as luvas".

Câmpus

O dicionário Aurélio registra a palavra latina campus (plural campi). Napoleão Mendes de Almeida, no Dicionário de Questões Vernáculas defende o aportuguesamento: câmpus. O aportuguesamento teria a vantagem de evitar o emprego do plural latino campi (o chamado plural estranho). O Manual de Redação do Estadão recomenda: câmpus. O câmpus, os câmpus.      

Carnaval e Quaresma

A palavra Carnaval vem do italiano "carnevale". Designava a terça-feira gorda, a partir da qual a Igreja passava a suprimir o uso de carne. Outros estudiosos veem na expressão latina "carne, vale" (carne, adeus) a origem mais coerente. Mas, "carnelevamen", também do latim (prazeres da carne), antes das tristezas e continências da Quaresma, também é uma explicação plausível. Antes de o Carnaval ser a festa que é, chamava-se Entrudo (do latim "introitu", entrada), porque aqueles três dias são a porta de entrada para a Quaresma.

Já Quaresma vem do latim "quadragesima", período de quarenta dias, contados da Quarta-feira de Cinzas ao Domingo de Ramos. Terminadas as festas do Carnaval, os católicos vão às igrejas para receber um pouco de cinzas sobre a cabeça, numa cerimônia em que o padre diz a cada um deles uma frase alusiva à morte. Antigamente era dita em latim "memento, homo, quia pulvis es et in pulverem reverteris", cuja tradução é "lembra-te, homem, que és pó e ao pó retornarás" (explicações do professor Dionísio da Silva no livro "De Onde Vêm as Palavras", Editora Mandarim).  

Catupiry ou catupiri?

Origem: o requeijão Catupiry é uma marca presente em tantos pratos brasileiros como pizza, camarão na moranga, pastel, frango. O requeijão Catupiry foi criado, em 1911, por Mário e Isaíra Silvestrini, um casal de imigrantes italianos, na estância hidromineral de Lambari, em Minas Gerais. Vinha numa caixinha redonda, de madeira com rótulo nas cores vermelho, azul e branco. A embalagem foi alterada há algum tempo.
A industrialização do produto começou em 1922, e São Lourenço, Minas Gerais, e passou a ser feita em São Paulo, em 1949.
Em agosto de 1936, a marca foi registrada sob o número 47.449. Catupiry significa excelente em tupi-guarani. A marca genuína é produzida pelo Laticínios Catupiry Ltda. Mas em muitos casos, o que é vendido e apresentado em cardápios de restaurantes são apenas produtos similares.
Que grafia usar? Catupiry ou catupiri? Esse é um caso de metonímia, em que se usa a marca pelo produto, como ocorreu com Gilete (Gillette) que passou a ser sinônima do substantivo comum “lâmina de barbear”. Quando se tratar de sinônimo de requeijão, pode ser usada a grafia “catupiri”, ao se referir à marca “Catupiry”, “y” e letra maiúscula.

Cavoucar ou cavucar? 

Empreguei a forma popular do verbo cavoucar na Entrelinhas de quinta-feira, Concurso Público, ou seja, cavucar, alguém ligou apontando o emprego como erro. A forma culta-cultíssima é mesmo cavoucar quando a palavra tiver o sentido de fazer cavoucos, cavar buracos, mas a forma popular cavucar ganhou sentido novo: cavar a vida, lutar pela subsistência. Está no Aurelião.
É bom esclarecer que a crônica diária, ligada ao cotidiano, tem um compromisso com a linguagem informal, popular. Por exemplo, na crônica Vereador Banguelo preferi a variante popular, mais usada na região, à forma culta banguela. As duas formas são registradas pelo Aurelião.

Cecê, cê-cê ou c.c..

Segundo o dicionário Houaiss, abreviatura de cheiro de corpo. Popularizada no início da década de 1940, pela publicidade de um sabonete desodorante; o fato gráfico cecê por c.c. é recente (1987)

Cerveja que desce redondo

A frase “A cerveja que desce redondo” está certa?
Sim, está certa, pois redondo é um adjetivo adverbializado, portanto não flexiona. A cerveja não é redonda, ela desce redondo, advérbio de modo. Exemplo semelhante é “Cerveja custa caro”.

Cesária ou cesárea? 

A cirurgia se escreve com "e", ou também cesariana; cesária com "i" tem outro significado (tesourão de gráfica).

Chegar, ir e vir (regência)

Estes três verbos são quase idênticos quanto às suas regências. Os três são intransitivos e regem a preposição "a" e nunca a preposição "em" quando indicam movimento. Exemplos:
Chegaram a Atlanta na quinta-feira.
Foram a Atlanta na sexta-feira.
Os brasileiros vêm a Atlanta com muita esperança. 
A lingua culta já tolera o uso do verbo chegar com regência com a palavra casa. Exemplo: Cheguei cedo em casa.
IR - Quando indicar um tempo determinado (por algum tempo) exige a preposição "a". Exemplo: Foi a Camboriú no final de samana.
IR - Quando indicar um tempo definitivo (para ficar) exige a preposição "para". Exemplo: José Ferreira foi para São Paulo com toda a família.

Chegou a hora da onça beber água?

Segundo o uso padrão, há um erro na expressão popular acima. “Onça” é sujeito do verbo beber, por isso não pode haver a combinação da preposição “de” e o artigo “a”,  pois o sujeito de uma oração nunca pode ser iniciado por preposição. Na linguagem culta, a expressão ficaria assim: “Chegou a hora de a onça beber água”.

Chope/chopes

Qual a forma correta: chopp/chopps ou chope/chopes?
Resposta: A forma correta é chope/chopes, que significa cerveja fresca de barril. No alemão, schoppen; no francês, chope.

Cinquenta 

Não existe a forma "cincoenta", como algumas pessoas escrevem em cheques. A forma única de escrever por extenso o numeral 50 é cinquenta. Não esquecer o trema. 

Círculo vicioso

O certo é círculo vicioso e não ciclo vicioso. Exemplo: O vaivém das denúncias de corrupção no Brasil já se tornou um círculo vicioso.

Cirurgiã-dentista

Um profissional da área me solicitou esclarecimento: meus professores da faculdade me disseram que não há feminino de cirurgião-dentista. Isso é verdade?

Não. Cirurgião-dentista é um substantivo composto. Seus elementos constitutivos: substantivo + substantivo. Neste caso, os dois variam: cirurgiões-dentistas, cirurgiã-dentista.

Não sei se há alguma polêmica na odontologia, como existe na literatura entre poeta e poetisa. Há mulheres que versejam e não gostam de ser chamadas de poetisa, preferem poeta. Há um matiz ideológico na questão.

Os ciúmes, o ciúme
A coluna Periscópio publicou "o ciúmes de político". Está correto? (Rigoberto Silva Figueiroa).
RESPOSTA: ciúmes - a palavra foi acentuada corretamente. Ela é derivada de cio..
Semanticamente (quanto ao sentido) foi empregada com precisão, pois "ciúmes" ou "ciúme" também têm o sentido de emulação, competição, rivalidade.
O dicionário Aurélio apresenta dois verbetes: ciúme e ciúmes. Ao registrar o plural, manda procurar o singular. Tanto no singular como no plural,o substantivo pode significar o nome de uma planta.
O dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa, de Cândido Jucá, afirma que o substantivo é mais usado no plural: "os ciúmes".
O livro Não Erre Mais, de Luiz Antonio Sacconi, registra um erro comum ao se empregar tal palavra, cometido também na coluna Periscópio: O ciúmes. Na verdade, a concordância correta é os ciúmes, uns ciúmes. O artigo devia ter concordado com o número do substantivo.

Clipe ou clips

Que nome se dá em português às peças de metal que servem para prender folhas: clips ou clipes? O aportuguesamento do inglês “clip” é clipe. O plural é clipes. 

Coco/ cocô

1) Que palavra tem acento: coco (fruto do coqueiro) ou coco (excremento)?
Resposta: cocô (excremento) é acentuada, porque é uma palavra oxítona terminada em “o”. Já coco (fruto do coqueiro) não tem acento, pois não se acentuam as palavras paroxítonas terminadas em “o”.

Coalizão e colisão

“Uma coalizão de centro-esquerda reelegeu Mário Covas.” Coalizão significa união, acordo, aliança. “Já Maluf está em colisão com os marqueteiros.” Colisão significa choque, conflito, luta. 

Colocação

Num seminário, alguém pede a palavra e diz: “Farei agora uma colocação polêmica”. Errado. As palavras colocar e colocação só devem ser usadas no sentido de arrumação, disposição. Elas não equivalem a observação, sugestão ou ideia.

Colocação pronominal

LHE: Comunicamos-lhes 
A construção correta é "comunicamos-lhes", embora pareça estranha. Cortamos o "s" apenas com os pronomes "o", "a", "os", "as", e não para os pronomes "lhe", "lhes". 
Escrevemos, portanto:
Ofertamo-lo/ esperamo-lo/ comunicamos-lhe/ oferecemos-lhes.

Corpus Christi - de que língua

Corpus Christi é uma expressão latina, do latim, idioma do Império Romano, da qual a língua portuguesa é a filha caçula, sendo as mais velhas: italiano, espanhol, francês e romeno. A tradução é Corpo de Cristo, uma festa de calendário móvel da Igreja Católica que celebra a presença real e substancial de Cristo na Eucaristia. Ela é realizada na quinta-feira seguinte ao domingo da Santíssima Trindade ou Pentecostes.
A origem da solenidade do Corpo e Sangue de Cristo remonta ao século 13. A festa de Corpus Christi foi instituída pelo Papa Urbano 4º, com a bula ‘Transiturus’ de 11 de agosto de 1264.

-lo, -la, -los, -las

Se o verbo terminar em -S, -R ou -Z, os pronomes oblíquos "o", "os", "a" e "as" ligar-se-ão a ele cortando-se a letra final (S-R-Z) e acrescentando-se um L antes dos pronomes (LO, LA, LOS, LAS).
Exemplos:
amar a ele = amá-lo
fazer a prova = fezê-la
já o fiz = fi-lo
eu os pus = pu-los
ele as faz = fá-las

-no, -na, -nos, -nas

Quando o verbo terminar em -M, -ÃO, ÕE, deixa-se o verbo como está e acrescenta-se um N aos pronomes -O, -A, -OS, -AS (no, na, nos, nas).
Exemplos:
Elas o amam = amam-no
Ele a põe = põe-na
Eles são so réus? = São-nos
OBSERVAÇÃO
Se a terminação do verbo for -MOS, ele perde o S antes de NOS (a nós)
Exemplos:
Nós nos informamos = informamo-nos
CUIDADO
Tu tens o livro = tem-lo
Ele tem o livro = tem-no
Tu pões a mão = põe-la
Ele põe a mão = põe-na

Colheitadeira, colhedeira ou colhedora?

Prezado professor, venho pedir sua ajuda, pois não consegui obter resposta até o momento, e
como o senhor é amante da etimologia, gostaria de que me ajudasse a esclarecer minha dúvida e de muitos colegas.

Para designarmos a máquina que colhe grãos (trigo, arroz, soja, café), o correto é utilizar COLHEDORA, COLHEDEIRA ou COLHEITADEIRA? Já sei que COLHEITADEIRA é um termo consagrado
e originário da região sul, porém, aqui no sudeste e demais regiões, usamos muito COLHEDORA ou COLHEDEIRA, está correto? Gostaria de pedir que a resposta viesse com a justificativa para a proibição ou não recomendação do
uso das outras duas palavras. Daniel Alan, Marília/SP

RESPOSTA: Colhedeira (colher + eira) é sinônimo de colheitadeira (colheta + eira). Também há colhedor (colher + or) e colherdora (colher + ora), que está mais para o ser humano, pois os dicionários nada falam de máquina em seus verbetes. Se colhedor ou colhedora é aquele que colhe, por que não pode designar a máquina também?

Diante disso, você pode usar:

colheitadeira (bem usual);

colhedeira (bem usual);

colhedora, se na sua região é a palavra consagrada.

Comercializar

Muitos repórteres trocam "comprar e vender" por "comercializar". É uma troca descabida, como diz Josué Machado em seu livro Manual da Falta de Estilo, Editora Best Seller. O verbo comercializar significa tornar comercial ou comerciável. Frases como "O balconista comercializa calcinhas e sutiãs." ou "Os feirantes comercializam alfaces e rabanetes." não estão construídas corretamente. O melhor seria dizer "O balconista vende...", "Os feirantes vendem..." 

Está correto escrever "como, por exemplo"?

“O Assistente pede informações essenciais, como, por exemplo, o nome da loja e as informações de contato.”
Não há necessidade de usar juntas as duas expressões, pois “como” já implica a ideia de que se vai apresentar um “exemplo”. Portanto, já que elas são equivalentes, não convém que andem juntas.
Veja:
“O Assistente pede informações essenciais, como o nome da loja e as informações de contato.”
“O Assistente pede informações essenciais, por exemplo, o nome da loja e as informações de contato.”

Conjuração ou Inconfidência Mineira?

O brasileiro, tão hostil aos governos e ao Estado, tão avesso ao pagamento de impostos, deve chamar o movimento encabeçado por Tiradentes de Conjuração Mineira.
Conjuração significa associação, secreta ou clandestina, contra um governo. No caso de 21 de abril, contra a coroa portuguesa pela sede de impostos.
Tratar o movimento de Inconfidência Mineira é apresentar uma visão lusitana do problema, porque o substantivo “inconfidência” significa infidelidade, deslealdade, especialmente com o Estado ou governante. O grupo de Vila Rica foi desleal com a coroa portuguesa, portanto, eram inconfidentes sob o ponto de Maria I, a Louca.
Nesse episódio da História do Brasil, há um cruzamento com a literatura, porque a intelectualidade de Vila Rica participava do movimento, como os escritores Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa, Alvarenga Peixoto e Silva Alvarenga. Além de padres, advogados e mineradores.
O único condenado à morte foi Tiradentes, porque tinha pouco prestígio social, não houve quem interviesse por ele. Os demais tiveram como pena a deportação para outras colônias portuguesas.
Então, no dia 21 de abril, o calendário brasileiro lembra-se da Conjuração Mineira.

Conosco / com nós 

Usamos "com nós" quando depois da expressão vierem as palavras: próprios, todos, outros, mesmos e numerais. Exemplos:
Mamãe saiu com nós dois.
Mamãe saiu conosco.
O professor saiu com nós todos.
O professor saiu conosco.
Com nós mesmos o fato aconteceu.
Conosco o fato aconteceu.

Consigo

“Consigo” só pode ser usado com o sentido reflexivo, ou seja, a ação recai sobre a mesma pessoa que a pratica. Exemplos: A mãe trouxe consigo as receitas./ João disse consigo mesmo./ Guarda a carta consigo.
No Brasil, é inadmissível usar “consigo” para substituir “com você”, “com o senhor”. Veja alguns exemplos corretos: Quero falar com o senhor (e não “quero falar consigo”). Concordo com você (e não “concordo consigo”). 

Convalescença ou convalescência

O doente que se recupera está  em convalescença. É ença o final correspondente aos verbos finalizados em scer, ecer e erer. Assim, renascer: renascença, parecer: parecença, malquerer: malquerença.
A terminação ência derivada dos adjetivos terminados em ente. Exemplo: beneficente: beneficência. O certo é convalescença.

Cozer e coser

Cozer (com z) significa cozinhar:
Mamãe vai cozer o repolho.
Coser (com s) significa costurar:
Mamãe vai coser minha roupa.

Craseado. Existe?

Qual a forma correta: “a” com acento grave ou “a” craseado?
Esse tipo de confusão ocorre com frequência.
Crase é apenas o nome dado à fusão de dois as. Não é o mesmo que acento. Acento grave (à) é o sinal indicador de crase, de fusão de dois as. Por isso é errado perguntar se um "a" tem crase, ou se é preciso "crasear" um "a". O que um "a" pode ter é acento grave.

Crucificação

Crucifixo: crucificar ou crucifixar /crucificação ou crucifixão?
Tórax: torácico ou toráxico? 
Não há nenhum erro nas palavras derivadas de “crucifixo” e “tórax”? 
Resposta: crucificar ou crucifixar/ crucificação ou crucifixão são corretas as duas formas, mas toráxico não existe. 

Cumeeira ou cumieira?

Cumeeira é o termo correto. Trata-se da parte mais elevada da montanha ou do telhado de uma casa; cume; espigão. Cumeeira, de cume (por sua vez do latim culmen, “cimo”. 

“Curriculum vitae” - plural

A expressão latina significa o conjunto de dados concernentes ao estado civil, ao preparo profissional e às atividades anteriores de quem se candidata a um emprego, a um concurso. Seu plural segue a gramática latina, portanto é “curricula vitae”.
Existe a forma aportuguesada correspondente: currículo/ currículos. Bem menos complicada.

Custar (regência)

Este verbo, sinônimo de ser difícil, penoso, só pode ser empregado com o objeto indireto (com preposição) e na 3ª pessoa do singular. Exemplos: 
Custou-me aprender.
A você custou sair.
Atenção! Na linguagem culta, é errado escrever "Custei aprender." e "Você custou sair".

Customizar

Customizar significa adaptar os produtos e processos ao gosto do cliente, visando à satisfação do freguês. A origem da palavra está no inglês "customer", que significa "cliente" não tem nada a ver com "costume". Na internet, há o emprego de costumizar está em vários sites, mas não está correto.
Há também o substantivo customização.

Ensino com Tecnologia - Professor Osvaldo Andrade
ocsanmail@gmail.com