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Letra E
E, com vírgula
Quando indica a conexão de duas orações, com sujeitos e verbos diferentes, o "e" deve ser ajudado e introduzido por vírgula. Um sujeito fez uma coisa, e outro fez outra. Exemplo: A professora mandou o aluno à diretoria, e o diretor aplicou-lhe uma repreensão escrita.
Eficácia e eficiência
Trata-se de traduções atribuídas aos termos ingleses "effectiveness" e "efficiency" utilizados com sentidos diferentes na linguagem de Gestão. Nesta linguagem, "efficiency", termo traduzido para «eficiência», corresponderia à execução de uma atividade com qualidade, produtividade e respeito pelos prazos, enquanto "effectiveness", termo traduzido para «eficácia», além de corresponder a todas aquelas características, teria também em conta os resultados da atividade em causa, face aos objetivos últimos a atingir; isto é, posso realizar otimamente uma atividade cujo resultado pouco interessa à empresa em que me insiro: sou eficiente; se a realizo do mesmo modo, mas o resultado acrescenta valor de algum modo à empresa, face aos seus objetivos: sou eficaz. Tenho, assim, sempre de pôr em causa se o que faço, mesmo que bem, serve para alguma coisa ou é mero desperdício de energia. Essa é a diferença entre eficiência e eficãcia. (Margarida Pinto- Lisboa- Portugal).
Embora
A palavra embora é um advérbio formado etimologicamente pela aglutinação dos vocábulos que compõem a locução adverbial em boa hora.
Ninguém vê mais no embora essa ideia de em boa hora. O Aurélio diz que, em vamos embora, embora é uma partícula desprovida de significado, pois se pode dizer apenas vamos. Já o dicionário Houaiss afirma que embora continua como advérbio, mas com outro significado.
Em mão/ em mãos
Uma internauta quer saber se estava certo escrever “em mãos”. Apenas o “Dicionário de Dificuldades da Língua Portuguesa”, Editora Nova Fronteira, de Domingos Paschoal Cegalla, se manifesta a respeito. Ele considera as duas formas corretas, mas acrescenta que “em mãos” é mais usual no Brasil.
Emigrar / Imigrar / Migrar
Emigrar (emigração) significa deixar um país ou região para estabelecer-se em outro local: O nordestino emigra somente quando a seca se torna insuportável.Imigrar (imigração) tem o significado de chegar a um país ou região para estabelecer-se em definitivo: A imigração japonesa começou há cem anos.
Migrar (migrar) expressa a ideia de
"mudança periódica, passagem de uma
região para outra, de um país para
outro": No inverno, as aves tendem a
migrar para regiões mais quentes.
Empecilho
Há quem escreva "impecilho", "impecílio". Certamente associa essa palavra com o verbo impedir. O correto é empecilho, da família do verbo "empeçar" (estorvar).
Encastoo ou castor
Durval, pescador, travou uma contenda com filhos e netos. Como se chama mesmo aquela peça de arame que vai entre o anzol e a linha? A discussão acabou na página de tira-dúvidas. O nome correto, segundo o Michaelis, é “encastoo”, e o verbo é “encastoar”. O Aurélio nada traz a respeito. Quem falar “castor”, “encastor”, está errando...
Entre mim e ti/ Entre eu e tu
O certo é "entre mim e ti", assim como o
correto é dizer entre "mim e você".
"Entre" é uma preposição. Antes dos
pronomes "eu" e "tu" não se usa
preposição.
Assim, não se diz: Ele pensou em eu e
tu.
Mas: Ele pensou em mim e ti.
Em vez de/ ao invés de
O Manual do Estadão, recomenda o uso de
“ao invés de” somente quando houver
oposição. Também está certa a
argumentação do Cegalla, dizendo que a
expressão “ao invés de” está em fase de
transição na língua.
Para evitar erro, use “em vez de” em
qualquer situação, nunca ao “ao invés
de”. Assim, a sua frase estará sempre
abençoada pelos gramáticos.
Enxurrada / enchente
Por que “enxurrada” é escrita com X e
“enchente”, com CH?
Resposta: depois de EN-, o fonema [xê] é
grafado com X: enxurrada, enxada,
enxuta. “Enchente” é um substantivo
derivado do verbo “encher”, que por sua
vez vem de “cheio”, portanto conserva a
grafia original, com CH.
Erros grosseiros 1
Professor Luiz Antonio Sacconi,
no livro Não Erre Mais
1) As casas só podem ser “geminadas”,
pois a palavra é derivada de gêmeos.
“Germinadas” nem pensar!
2) Ser “de menor” ou “de maior”
são expressões comumente ouvidas em
rodas de gente estudada, mas estão
erradas. “O garoto preso é menor” ou “O
rapaz parece uma criança, mas é maior”.
Mais exemplos: “O delinquente é menor
de idade” ou “O preso é maior de idade”.
3) “O aluno repetiu o ano.” “A aluna
passou o ano.”. Só os italianos que
ainda falam mal o português dizem
“repetir ou passar de ano”.
4) “O aluno fica para recuperação”,
ele nunca “fica de recuperação”.
5) Meu aniversário caiu num domingo.
Está errado falar “caiu de domingo”.
6) O filho saiu ao pai, esculpido e
encarnado. “Cuspido e escarrado” é
impossível.
7) “Saíram elas por elas” é a
concordância correta. “Saiu elas por
elas” fere os princípios gramaticais.
8) Atenção políticos e advogados da
velha guarda. Tive a “subida honra”
de saudar o presidente, nunca “a súbita
honra”. “Subida” significa elevada;
“súbita”, repentina.
9) Aos sábados, não trabalho.
Está corretíssimo. Errado é falar ou
escrever: De sábado, não trabalho.
10) O sujeito escapou ileso de um
acidente de trânsito e comete um
desatino, falando: “Faltei pouco para
não morrer”. O sujeito da oração é
“pouco”, e não “eu”, portanto a forma
correta é “Faltou pouco para não
morrer”.
11) Mandado de segurança.Os
magistrados expedem mandados. Os
políticos têm mandato.
12) Estou aguardando notícias.
Nada de dizer “estou no aguardo de
notícias”. Tal expressão não existe.
Erros grosseiros 2
Professor Luiz Antonio Sacconi,
no livro Não Erre Mais
1) “Apêndice supurado” ou “Apêndice
estuporado” ? Supurado quer dizer
convertido em “pus”.
2) Seu caderno é “espiral” ou
“aspiral”? Lógico, espiral, pois o
arame do caderno tem a forma da rosca de
um parafuso. Quem diz “aspiral”, está
dando vexame.
3) Estou quite com o Serviço Militar.
Ou é “quites”? Se for uma pessoa só,
ela está “quite”, porque “Os jovens
estão quites com Serviço Militar”.
4) Neusa é médium/ Neusa é média?
Neusa é médium, pois a palavra “médium”
é usada para o homem quanto para a
mulher, como ídolo, vítima, pessoa.
5) A mala estava leve ou leviana?
A mala estava leve, pois uma mala só
pode ter pouco peso. “Leviana” significa
imprudente, irresponsável.
6) Fiquei fora de mim/Fiquei fora de
si? “Fiquei” está na 1ª pessoa,
portanto, “fora de mim”.
7) Dessas mulheres, só conheço
algumas delas/ Dessas mulheres, só
conheço umas par delas? A segunda,
nem por brincadeira.
8) Vou trocar-me em dois minutos/Vou
vestir-me ou trocar de roupa em dois
minutos? Não se deve usar
“trocar-se” por vestir-se ou trocar de
roupa.
9) O motorista perdeu o controle do
veículo/ O motorista perdeu a direção?
Perder a direção é perder o rumo.
10) O paciente sentiu melhoras/O
paciente sofreu melhoras? Se está
sofrendo, então não melhorou.
11) Não saí porque estava chovendo/
Não saí por causa que estava chovendo?
Indiscutível, a segunda forma tem apenas
uso popular.
12) Ele já acordou/ Ele já se
acordou? É impossível alguém se
acordar.
13) Se ele não pode comprar isto, que
dirá de mim/ Se ele não pode comprar
isto, que dirá eu? Se o leitor achar
pedante a primeira, que é a correta, use
“muito menos eu” ou “quanto mais eu”.
14) Estou com pigarro/Estou com
pigarra? Pigarra quem tem é galinha.
Erros grosseiros 3
Professor Luiz Antonio Sacconi,
no livro Não Erre Mais
1) Tenho menos sorte que você/ Tenho
menas sorte que você? Não se diz
nunca “menas”, tal palavra não existe.
2) Inimigo figadal/ inimigo fidagal?
O fígado era, segundo os antigos, a sede
da ira, do ódio.
3) O rapaz puxava de uma perna/ O
rapaz puxava uma perna? Todos os que
mancam, puxam de uma perna.
4) Luís é muito xereta/ Luís é muito
xereto?
Os homens são também muito xeretas.
“Xereto” não existe.
5) O pessoal não gostou do filme/ O
pessoal não gostaram do filme?
Pessoal exige o verbo no singular, assim
como “turma” e outros substantivos
coletivos.
6) Prova dos noves/ Prova dos nove?
Todos nós dizemos noves fora, mas
incompreensivelmente alguém fala “prova
dos nove”. Os nomes de algarismos variam
normalmente quando substantivados.
7) Horas extras/ horas extra?
Nesse caso, extra é um adjetivo
(equivale a extraordinário), por isso
varia de acordo com o substantivo.
8) Eu procurava um emprego que
condissesse com meu nível cultural/ Eu
procurava um emprego que condizesse com
meu nível cultural? O pretérito
imperfeito do subjuntivo do verbo
“dizer” é “dissesse”, portanto o certo é
“condissesse”. Assim acontece com todos
os outros verbos derivados de dizer.
9) Não poderíamos dizer isso perante
ela/ Não poderíamos dizer isso perante a
ela? “Perante” já é preposição, por
isso não há a necessidade de outra, o
“a”.
10) Não vou lá em hipótese nenhuma/
Não vou lá de hipótese nenhuma?
Convém não dizer nem escrever isso em
hipótese nenhuma.
Esotérico e exotérico
Um internauta pediu-me uma pesquisa
sobre a diferença de sentido entre
“esotérico” e “exotérico”, sendo que
elas são homônimas, pois há uma
diferença apenas na grafia, enquanto são
idênticas na pronúncia.
“Esoterismo” em nossos dias é sinônimo
de “ocultismo”. Veja o que fala o
Aurélio sobre ocultismo:
1. Estudo e/ou prática de artes
divinatórias e de fenômenos que parecem
não poder ser explicados pelas leis
naturais, como, p. ex., a astrologia, a
quiromancia, a magia, a telepatia e a
levitação; ciências ocultas. 2. P. ext.
Hermetismo, esoterismo.
Para fazer a diferença entre os dois
termos, apelamos à Enciclopédia Digital
Koogan/Houaiss, que registra o
seguinte:
ESOTÉRICO adj. Qualificação dada, nas
escolas dos antigos filósofos, à sua
doutrina secreta. / Incompreensível às
pessoas não iniciadas: linguagem
esotérica.
EXOTÉRICO adj. Diz-se das doutrinas
filosóficas e religiosas ensinadas
publicamente (por opos. às doutrinas
esotéricas).
Como exemplo, pode-se dizer que a
maçonaria está deixando de ser tão
esotérica para se tornar mais exotérica.
Espaço de tempo
Espaço de tempo é uma expressão frequentemente usada para designar um período ou intervalo de tempo. Período de tempo é uma construção pleonástica que deve ser evitada, pois já se refere a tempo. Espaço de tempo está certo.
Espinha ou espinho de peixe?
Espinho é encontrado em vegetais. As
laranjeiras possuem espinhos, já o
peixe, espinha, de espinha dorsal.
Exemplo: Margarida não gosta de peixes
que têm muita espinha.
Estada e estadia
Estada: refere-se à permanência de
pessoas em algum lugar. Exemplos: 1) A
sua estada na fazenda foi longa. 2)
Repensou sua vida durante a estada no
hotel.
Estadia: refere-se a um objeto
estacionado em lugar próprio ( navio no
porto, avião no hangar, carro no
estacionamento). Exemplo: Qual é o preço
da estadia de meu carro aqui, moço!
Observação: há dicionaristas e
gramáticos que não valorizam tanto a
diferença semântica entre essas duas
palavras.
Estado
O Formulário Ortográfico prescreve
inicial maiúscula para "nomes que
designam altos conceitos religiosos,
políticos ou nacionalistas", e dá como
exemplos Igreja, Nação, Estado, Pátria,
Raça, mas observa, em nota, que esses
nomes se escrevem com minúscula quando
são empregados em sentido geral ou
indeterminado.
O dicionário Aurélio confirma que Estado
deve ser escrito com inicial maiúscula
quando significa "Nação politicamente
organizada". Quando, porém, se trata de
"divisão territorial de certos países",
a palavra é registrada com minúscula: "O
Brasil tem 26 estados e um distrito
federal". O dicionário Houaiss segue a
mesma prática e exemplifica com "o
estado de Sergipe".
O Manual de Redação do Estadão recomenda
escrever "Estado do Paraná", por
exemplo, com letra maiúscula. O manual
da Folha de S. Paulo dá a mesma
recomendação a seus jornalistas. Ambos
contrariam o Formulário Ortográfico.
Escrever Estado com maiúscula, mesmo
para designar as unidades de uma
federação, tem sido prática consagrada,
seguida até pela Constituição
brasileira.
Estado ou estado?
Escreve-se com letra maiúscula "Estado" como nação organizada. No sentido de província, como é empregada a palavra no Brasil, a letra é minúscula. Exemplo: Os municípios e estados brasileiros são mal administrados. O Manual do Estadão manda colocar maiúscula em ambos os casos..
Este, esse, aquele 1
As pessoas têm dificuldade em empregar
tais pronomes demonstrativos. No
circuito da comunicação, há o emissor (a
pessoa que fala), o receptor (a pessoa
com que se fala) e a mensagem (de que ou
de quem se fala).
Assim:
Perto da pessoa que fala: este, estes,
esta, estas, isto.
Perto da pessoa com que se fala: esse,
esses, essa, essas, isso.
Longe das duas pessoas: aquele, aqueles,
aquela, aquelas, aquilo.
Exemplos:
a)O carro que aqui está é o meu.
Este carro é o meu.
b) De quem é o pente que está
em sua mão, Ziloca?
De quem é esse pente, Ziloca?
c) De quem são as casas que vemos lá
no alto?
De quem são aquelas casas?
d) Que é a coisa que você está
segurando, Tânia?
Que é isso, Tânia?
e) De onde vieram as carteiras que
estão lá no fundo da sala?
De onde vieram aquelas carteiras?
Este, esse, aquele 2
Os demonstrativos extrapolam a questão
espacial, eles também organizam o tempo
no texto. Veja alguns exemplos:
1. Este, esta e isto: o tempo
presente em relação à pessoa que fala.
Exemplo: “Este século está terminando”.
Quer dizer o século em que vivemos, o
XX. Se fosse dito por um escritor do
século passado, então ele estaria se
referindo ao XIX.
2. Esse, essa e isso: o tempo
passado ou futuro próximo com relação à
época em que se coloca a pessoa que
fala. Exemplo: “Esses anos de chumbo
prejudicaram a democracia”. Anos de
chumbo se referem ao militarismo que
dominou o Brasil, portanto eles
constituem um passado recente.
3. Aquele, aquela, aquilo:
um afastamento no tempo de modo vago, ou
de uma época remota. Exemplos: “Por que
acordou naquela hora morta?”/ “Na-quele
tempo, a coisa era diferente”.
Este, esse, aquele 3
Os pronomes demonstrativos também podem
estabelecer relações entre as partes do
discurso, ou seja, podem relacionar
aquilo que já foi dito numa frase ou
texto com o que ainda se vai dizer.
Observe:
“Meu argumento é este:
crescimento econômico só faz sentido
quando produz bem-estar social.”
“O crescimento econômico faz sentido
quando produz bem-estar social. Essa
é a posição que defendo.”
Este (estes, esta, estas, isto)
se refere ao que ainda vai ser dito na
frase ou texto; esse (esses,
essa, essas, isso) se refere ao que já
foi dito na frase ou texto.
Também se pode utilizar a oposição entre
os pronomes de primeira pessoa e os de
terceira pessoa na retomada de elemento
anteriormente citados:
“Crianças e idosos enfrentam problemas
semelhantes na sociedade brasileira:
estes (os idosos) são desprezados
por um sistema previdenciário
ineficiente e corrupto; aquelas
(= as crianças) são massacradas por uma
distribuição de renda que impede os pais
de criá-las dignamente.”
Em determinadas situações, há outras
palavras que podem atuar como pronomes
demonstrativos, desempenhando
importantes papéis no
inter-relacionamento das partes
constituintes das frases e textos: o,
os, a, as, tal, tais, mesmo, mesmos,
mesma, mesmas, próprio, próprios,
própria, próprias (Ulisses Infante,
in Curso de Gramática Aplicado aos
Textos).
Estender e extensão
"Estender" se escreve com "s" e que “extensão” se escreve com "x", embora ambas as palavras tenham a mesma origem, ou seja, o mesmo radical latino, que é com "x": “extendere” e “extensione”.
Trata-se de uma explicação histórica, segundo o professor Odilon Soares Leme, da Rádio Jovem Pan.
“Estender” entrou para o léxico português no século 13, vindo do latim vulgar. Ora, naquela época, já no latim vulgar, o “x” tinha-se tornado “s” antes de consoante. Então, estender já entrou com "s" e foi mantido assim, mesmo em palavras derivadas desse verbo como estendível, estendedor,estendedouro, estendal.
Já o substantivo “extensão” entrou para o léxico português bem mais tarde, e só aparece em dicionário no século l8, tendo ido buscar a forma do latim clássico, “extensione”, da qual manteve o "x", que foi mantido também em extenso, extensivo, extensível, extensibilidade...
Estorno bancário
Na fila do banco, o Miguel me mostrou indignado um carimbo numa guia de recolhimento: “Proibido fazer extorno bancário”. Retificação de um lançamento se escreve com “s”, do italiano “storno”. Como há “exterior”, “externo”, as pessoas se contaminam e escrevem a palavra com “x”. O carimbo está errado, pois o certo é “estorno bancário”.
Estrelados ou estalados?
Quando nos referimos ao ato de frigir ovos, sem os mexer, o verbo a ser empregado é estrelar. Deixá-los em forma de estrela. Diga-se, portanto, “ovos estrelados”. Estrelar> significa também “encher de estrelas” e “trabalhar (em filme) como estrela ou astro”.
Et cetera – etc.
Não se põe “e” antes de etc. Como o Pequeno Vocabulário da Língua na sua redação usou vírgula antes de “etc.”, os gramáticos passaram a recomendar o seu uso. Assim: Comprou camisas, calças, cuecas, etc. Não se admite o “e” porque a expressão latina já a contém “et cetera”. No final de período, não se duplica o ponto, assim: Comprou, camisas, calças, cuecas, etc.. (está errado, pôr apenas um ponto).
Eventual, provável, possível e potencial
Essas quatro palavras não são sinônimas,
não têm sentidos semelhantes. Veja como,
às vezes, são empregadas erroneamente:
1) Palmeiras é o eventual campeão
brasileiro de 2000. Errado. O adjetivo
certo: Palmeiras é o provável
campeão brasileiro de 2000. Por quê?
Eventual significa esporádico,
ocasional, o que acontece de vez em
quando, como na frase: Aquele professor
é substituto eventual.
2) Uma eventual derrota deixará o São
Paulo em situação complicada. Errado. O
adjetivo correto: Uma possível
derrota deixará o São Paulo em situação
complicada.
3) Até outro dia, Itamar era o eventual
candidato do PMDB à presidência da
República. Errado. O adjetivo certo: Até
outro dia, Itamar era o provável.candidato
do PMDB à presidência da República.
4) Possível e provável
também possuem seus empregos trocados.
Possível significa que pode
acontecer, há possibilidade. Provávelé
o que deve acontecer. Exemplo: É
possível que não haja segundo turno nas
eleições presidenciais, mas é pouco
provável.
5) Margarida é uma eventual candidata à
vaga de fiscal. Errado. O adjetivo
certo: Margarida é uma potencial
candidata à vaga de fiscal. Potencialsignifica
que pode vir a ser, tem capacidade para
isso. Se fosse eventual seria uma
candidata esporádica.
Existe a palavra entorno?
Existe a locução prepositiva
“em torno de”, que significa "à volta
de", "em redor de", ou
"aproximadamente". Mas trata-se de três
palavras, escritas separadamente.
Exemplos: Os fãs se acotovelavam em
torno do craque. Ganhei em torno de R$
3.000,00.
Existe também o substantivo “entorno”,
que significa "adjacência,
circunvizinhança".
Expectador e espectador
Espectador (com s) é aquele que assiste
a um espetáculo. No carnaval, muita
gente é apenas espectadora, ou seja,
passa a festa vendo tevê, não
participa.
Expectador (com x) é aquele que está na
expectativa de alguma coisa,
esperançoso. O folião, por exemplo,
passa o ano como expectador do carnaval,
esperando a festa chegar.
Cuidado com as palavras “esplêndido”,
“espontâneo” e “estranho”, “esgotar”.
Elas são escritas apenas com “s”.
Expô ou Expo?
Brevemente teremos a realização da
Exposição Agropecuária de Araçatuba.
Jornais já divulgam notícias do evento.
Por que o acento é necessário? A língua
portuguesa (escrita) pede que se
acentuem sempre as palavras oxítonas
terminadas em "o", como: camelô,
bangalô, vovó, compôs.
"Expô" não é uma abreviatura? Ela não é
uma abreviatura no sentido tradicional,
é uma palavra derivada por abreviação,
como são "moto" de motocicleta, "metrô"
de metropolitano, "táxi" de taxímetro,
"pornô" de pornografia. A palavra "moto"
não é acentuada porque a regra das
paroxítonas proíbe o acento gráfico, mas
"metrô", "táxi" e "pornô" estão dentro
da regra das oxítonas.
O que é palavra derivada por abreviação?
As palavras derivadas no português
geralmente aumentam o tamanho:
livro/livreiro, pedra/pedregulho,
jornal/jornalista. As derivadas por
abreviação diminuem o tamanho:
exposição/expô, pornografia/pornô.
Expô é a forma correta.