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Letra H
Haja e aja
"Haja" é 1ª ou 3ª pessoa do singular do
presente do subjuntivo (e modo
imperativo) do verbo haver.
Exemplo: É preciso que não haja
descuido.
"Aja" é 1ª ou 3ª pessoa do singular do
presente do subjuntivo (e modo
imperativo) do verbo agir.
Exemplo: Aja com cuidado, Toninho!
Haja vista/ haja visto
É comum se ouvir: "Haja visto os
problemas da própria Febem. Onde está a
concordância? Entre visto, palavra
masculina, e os problemas, também
masculina." Haja vista é uma
expressão cristalizada e é o mesmo de
haja visão, por isso a expressão é
invariável, não se modifica. O certo é
dizer ou escrever: "Haja vista os
problemas da própria Febem." Ou então:
"Hajam vista os problemas da própria
Febem". "Haja visto" nunca.
Hanseníase
Hanseníase é uma doença crônica causada
pelo bacilo de Hansen, conhecida
popularmente como lepra. Sou de
Guararapes-SP, estudo português para
concursos , tenho uma dúvida.
De acordo com os professores Luiz
Fernando Mazzarotto, José de Nicola e
Ernani Terra , o H é uma letra especial:
ela não representa fonema algum (daí ser
chamada de " letra muda"). Mantém-se
nalgumas palavras de nossa língua em
decorrência da etimologia ou da tradição
escrita . Mas, no caso de Hanseníase ,
verificamos que esse H tem som de R, não
sei se esta palavra vem do inglês, pois
no inglês o H tem som de R (house, horse...)
O que responder num concurso na hora de
contar os fonemas? Fábio Moreira.}
RESPOSTA: A palavra hanseníase deve ser
pronunciada com o h mudo (como em haras,
haste, harpa). Pronuncia-se o nome
Hansen (do médico e botânico norueguês
Armauer Gerhard Hansen) com o h
aspirado. Pronunciar a palavra
"hanseníase" como no inglês é cometer um
erro de prosódia portuguesa.
Happy hour
Andei vendo em barezinhos a concordância
"a happy haour", mas sempre ouvi "o
happy hour". Qual é o certo? Marcela
Bragotto
RESPOSTA: o inglês trata as
coisas como gênero neutro. Bem diferente
do Português que determina gênero de
seres inanimados, portanto os
dicionários de inglês não são bons
orientadores. O Michaelis (Português)
trata "Happy hour" como substantivo
masculino, concordando com horário. Já
os dicionários Aurélio e Houaiss se
omitem quanto ao gênero. É melhor seguir
o Michaelis, pois o masculino está mais
consagrado.
Hexa ou ser campeão pela
sexta vez
O Brasil foi de fato campeão em
1958, bicampeão em 1962, porque foram
duas conquistas seguidas. Há quem
argumente que para ser hexacampeão,
faz-se necessário uma série de seis
conquistas ininterruptas, sem pular uma
vez, ou seja, um quatriênio, assim, o
selecionado brasileiro de futebol chegou
apenas ao bicampeonato. Com esse
critério, se a seleção brasileira
conseguir novo título neste ano, será
campeã pela sexta vez.
Embora tal explicação tenha fundamento,
a tradição consagrou que a série de
conquistas pode ser pulada, como
aconteceu com o título de pentacampeão
do Brasil: 1958, 1962 (bicampeão), 1970
(tricampeão), 1994 (tetracampeão), 2002
(pentacampeão). E se conseguir novo
título no certame organizado pela Fifa,
será hexacampeão.
A população e a mídia abreviaram tais
títulos (formação de palavras por
redução), usando apenas os prefixos: bi,
tri, tetra e hexa, como : "Ruma ao
hexa". Bi e tri são prefixos latinos,
tetra, penta e hexa são radicais gregos.
Hífen - emprego
Alguns chamam-no traço de união, mas
como ele serve também para separar
sílabas, abandonaram tal perífrase. Na
verdade, o seu emprego não tem uma forma
sistemática, não há regras para tudo,
isso deixa os usuários do português
escrito à deriva.
Em palavras compostas deve ser usado
quando as duas palavras formarem um
terceiro sentido. Exemplo: pé-de-cabra,
pé e cabra se uniram para dar nome a uma
ferramenta.
No caso dos prefixos, há regras mais
definidas, embora exista muita
incoerência. Exemplos:
cointeressado/coirmão,
auto-sugestão/hipossecreção,
super-homem/desumano/lobisomem.
Adriano da Gama Kury conta em seu livro
"Para Falar e Escrever Melhor o
Português" que ao ser publicado em 1943
o Pequeno Vocabulário da Academia
Brasileira de Letras, o velho mestre do
Colégio Pedro II, José Oiticica,
justamente indignado com a falta de
critério das regras sobre o hífen,
desafiou o relator das Instruções e
executor do Vocabulário a submeter-se a
um ditado, o que, evidentemente, não foi
aceito.
Hífen - com não
Revisor de editora de São Paulo fez a
seguinte pergunta por e-mail:
"Esse governo tem dado mais importância e atenção às organizações não governamentais./ As instituições não acadêmicas entraram no mercado..."
"Não governamentais" e "não acadêmicas" têm hífen?
Respondi-lhe assim: só há hífen depois do NÃO se a palavra seguinte for SUBSTANTIVO. Exemplo: "...a não-restituição causará transtornos..."
"Não acadêmicas" e "não governamentais", as duas palavras, colocadas depois do NÃO, são adjetivos, portanto, sem hífen.
História e estória
Quando uso “História”, “história” e
“estória”?
Luiz Antonio Saconni admite a separação
entre história (narrativa de fatos
reais) e estória (narrativa de ficção).
O Manual do Estadão aconselha a seus
repórteres a usar apenas “história” para
ambos os casos. Para não complicar e nem
cometer anglicismo (importação do
inglês), considero melhor a última
recomendação: “história” tanto para
fatos reais como para narrativas
inventadas. História com “h” maiúsculo
se trata de ciência, estudo. Exemplo:
História do Brasil.
Holerite
Qual a origem da palavra holerite?
Veja o que diz o Aurélio. Do inglês
Hollerith, de Herman Hollerith
(1860-1929), inventor norte-americano,
criador de um equipamento eletromecânico
para contagens e tabulações
estatísticas, que funcionava com cartões
perfurados.
Homógrafas - palavras
Mesma grafia mas com significações
diferentes.
A relação do lado mostra palavras
escritas de forma idêntica, mas possuem
a sílaba tônica em posição diferente
(proparoxítonas e paroxítonas):
crédito (substantivo)- credito (verbo)
crítica (substantivo) - critica (verbo)
cópia (substantivo) - copia (verbo)
filósofo (substantivo) - filosofo
(verbo)
Hora H e dia D
O D de Dia-D é a
abreviatura do vocábulo dia,
tradução do codinome D-Day, usada
pelo exército britânico desde a Primeira
Guerra, hoje incorporada à linguagem
militar da maioria dos países.
Serve para designar o dia exato em que uma determinada operação militar deverá ser iniciada. Apesar de pleonástica, a expressão foi incorporada à linguagem militar da maioria dos países por sua inegável utilidade: ela cria um ponto de referência no tempo, o que assegura o sigilo e permite que se troque a data real sem que seja necessário alterar toda a logística planejada. Fala-se o dia sem precisar a data.
Já houve centenas de dias D, mas a expressão evoca em especial o dia da invasão da França pelas forças aliadas, em 6 de junho de 1944.
Em qualquer dia D, a hora exata em que a operação vai ser desencadeada é chamada, coerentemente, de hora H (em Inglês, H-Hour).
Para nossa sorte, dia e hora iniciam, no português, pelas mesmas letras que day e hour no inglês, o que deixa as expressões ainda reconhecíveis, embora se troquem de posição os elementos, obedecendo à diferente ordem sintática do Português e do Inglês.
A linguagem usual já incorporou a expressão hora H com o significado de "momento exato, decisivo", inclusive com seus desdobramentos eróticos, como se vê nas revistas do gênero: "O que você diz a seu parceiro na hora H?"; "O medo do fracasso na hora H pode levar à impotência", etc.
Quanto à presença de hífen e letra maiúscula, o dicionário Aurélio apresenta dia D e hora H. É melhor segui-lo, já que ele é uma espécie de manual de língua portuguesa do brasileiro.
Horas e dias da semana –
paralelismo
Escreva assim:
De segunda a sexta-feira
De terça a quinta-feira
ou
Da segunda à sexta-feira
Da terça à quinta-feira
Não escreva assim:
De segunda à sexta-feira
De terça à quinta-feira
Escreva assim:
De 9h a 11h
De 8h30min a 11h30min
ou
Das 9h às 11h
Das 8h30min às 11h30min
Não escreva assim::
De 9h à 11h
De 8h30min à 11h30min
9h às 11h
8h30min às 11h30min
Prof. Me. Gilberto Scarton (FALE/GWEB)
Profa. Dr. Marisa Magnus Smith
(FALE/SEVES)
Horas - como abreviar?
A melhor abreviatura de horas é
simplesmente "h", sem ponto e sem
registrar o "s" para indicar o plural:
15h, 19h, 10h15min. (ou 10h15). Os
ingleses usam os dois pontos: 10:00,
15:00, 10:15. Como não somos ingleses...
É bom lembrar que o sistema ortográfico
brasileiro não admite o registro do
plural (a letra "s") em nenhuma
abreviatura, embora o uso seja corrente.
Houve/ouve
"Ouve" é do verbo "ouvir". Pode ser a 3ª
pessoa do singular do presente do
indicativo (ele ouve) ou a 2ª pessoa do
singular do imperativo afirmativo (ouve
tu). Exemplos:
3ª pessoa, presente do indicativo: Ele
ouve bem.
2ª pessoa, imperativo afirmativo: Ouve o
que eu digo.
"Houve" é do verbo haver. É a 3ª pessoa
do singular do pretérito perfeito do
indicativo. Tem o sentido de aconteceu,
ocorreu.
Exemplos: Houve uma festa ontem. O que
houve com você?
Hum mil reais ou mil reais?
Melhor será escrever sempre mil reais
(mesmo em cheques). Os bancários
defendem a inclusão de "hum" para
evitar fraudes. A adoção de dois traços
(=) antes do extenso é uma boa prática.
Assim se evita a fraude e não agride a
ortografia.